No fim desta terça-feira, dia 24 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu por manter a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson.
O caso que envolve Roberto Jefferson aconteceu em outubro quando a Polícia Federal foi até sua residência para cumprir ordem de prisão, porém chegando lá foi recebida a tiros e granadas.
Jefferson foi preso em outubro após descumprir medidas cautelares e também por ter resistido à ordem de prisão. A troca de tiros em sua residência deixou policiais federais feridos e horas de negociação até Roberto Jefferson se entregar a polícia, após sua casa ficar cercada.
Avaliação de Moraes a prisão de Roberto Jefferson
O Ministro Alexandre de Moraes avaliou a prisão de Roberto Jefferson porque a lei determina a revisão das condições da prisão a cada 90 dias. Segundo o ministro, “a prisão preventiva, portanto, se trata da única medida razoável, adequada e proporcional para garantia da ordem pública, com a interrupção da prática criminosa reiterada”.
Durante a fala de Alexandre de Moraes, ele ressaltou a quantidade de armas e munição que foram apreendidas pela Polícia Federal na residência do ex-deputado.
Vale lembrar que na época, o ex-presidente Bolsonaro recebia apoio declarado e chegou a se comunicar com Roberto Jefferson, antes do ataque.
“A gravíssima conduta do preso por ocasião da efetivação de sua prisão nestes autos revela a necessidade da manutenção da restrição da liberdade, eis que Roberto Jefferson mantinha em casa, mesmo cumprindo medidas cautelares, armamento de elevado potencial ofensivo, além de vultosa quantidade de munições, efetivamente utilizadas para atentar contra a vida de policiais federais”, afirmou o Ministro.
Além disso, “o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 tiros, além de lançar três granadas contra a equipe da Polícia Federal. O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)”, disse Alexandre de Moraes.
Outras denúncias contra o ex-deputado
O mandado de prisão que a Polícia Federal cumpriu contra Roberto Jefferson, era sobre um vídeo gravado por sua filha, ex-deputada federal pelo PTB, em que Roberto Jefferson aparece ameaçando e denegrindo a imagem de Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.
Além desse mandado de prisão, existiam vários outros contra o presidente de honra do PTB, como homofobia, danos ao patrimônio público e calúnia.
O ex-deputado se entregou à PF em 23 de outubro, após resistir à prisão. “Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”, disse Roberto Jefferson.
A lei determina que a cada 90 dias, sua prisão deverá passar por avaliação, e será julgada assim como bem entender pela corte do Supremo Tribunal Federal.