O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) caiu 2,2 pontos em janeiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Com o resultado, o indicador caiu para 83,5 pontos. A saber, nos últimos nove meses, o indicador conseguiu resultado positivo em oito deles. Apenas em novembro, teve uma pequena retração de 0,4 ponto. Além disso, vale ressaltar que o IAEmp apresentava desaceleração na recuperação desde de julho, mas, apesar da queda em novembro, conseguiu reverter o movimento e subir. Agora, inicia o ano em queda, com o ritmo mais lento.
Em resumo, o levantamento mostra que o IAEmp caiu 0,5 ponto no trimestre móvel encerrado em janeiro. Dessa forma, o índice que analisa o mercado de trabalho alcançou a média trimestral de 84,5 pontos. Essa é a primeira retração nessa base de comparação desde a alta iniciada em julho do ano passado. A saber, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela pesquisa, divulgou as informações nesta sexta-feira (5).
“A queda do IAEmp em janeiro sugere uma perda de ritmo da recuperação do mercado de trabalho. Nos últimos meses o indicador vinha oscilando, mas ainda em patamar abaixo do que era observado no período anterior a pandemia. A provável desaceleração da atividade econômica no primeiro trimestre e o elevado nível de incerteza ainda não permitem que seja possível imaginar uma melhora desse indicador no curto prazo”, afirmou o economista da FGV, Rodolpho Tobler.
Maioria dos componentes do indicador recuou
De acordo com o levantamento, apenas dois dos sete componentes do IAEmp tiveram alta em janeiro. Dessa forma, as quedas registradas puxaram o indicador pra baixo no período. Os destaques do mês foram situação corrente na Indústria e no setor de Serviços, que caíram 8,3 e 6,9 pontos no mês, respectivamente. Outro destaque de janeiro foi o indicador de Emprego Local Futuro dos Consumidores, que diminuiu 6,0 pontos e puxou o ritmo do IAEmp pra baixo.
Ao mesmo tempo, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 3,8 pontos, caindo para 98,8 pontos. Vale ressaltar que o ICD é um indicador parecido ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 0,8 ponto, para 100,3 pontos, maior nível desde março de 2017 (101,3 pontos).
“Depois de quatro meses, o ICD voltou a cair, mas ainda é preciso cautela com o resultado pois ainda se encontra em nível muito elevado. Os próximos resultados podem confirmar se houve uma inversão da tendência, mas o fim dos programas do Governo, a dificuldade que alguns setores ainda encontram na recuperação e a piora dos números da pandemia ainda não sugerem uma expectativa positiva para os próximos meses”, segundo Tobler.
Entenda o IAEmp da FGV
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) é divulgado com base em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, o indicador tem a capacidade de antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil. Ao mesmo tempo, o indicador possui relação de maneira positiva com o nível de emprego do país.
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