O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, pediu uma licença de 30 dias do cargo no último domingo (2), para dar andamento ao tratamento de um câncer digestivo.
Com isso, quem assume a gestão da maior cidade do país durante o conturbado período pandêmico é o vice-prefeito, Ricardo Nunes.
Nunes foi indicado a candidato na chapa de Bruno Covas como resultado de um arranjo político.
O apresentador José Luiz Datena e o deputado Celso Russomano acabaram recusando o cargo.
Quando ainda ocupava o cargo de vereador pelo MDB, Ricardo Nunes conseguiu cultivar boas relações na Câmara Municipal de São Paulo, mas a sua trajetória na política é curta.
Além das alianças, pesou na escolha de Covas o fato de o dono de uma empresa de controle de pragas, de 53 anos, ser conhecido pela discrição e ter uma biografia sem escândalos.
No entanto, ainda no meio do primeiro turno da eleição, veio a público uma denúncia de violência doméstica feita em 2011 pela mulher de Nunes.
O casal reatou o relacionamento e a investigação não foi à frente, mas, com a publicidade do caso, ambos tiveram de dar explicações sobre o episódio.
Ambos alegaram que o fato ocorreu num momento de instabilidade emocional já superado.
Pouco antes, ligações do vice-prefeito com entidades que prestam serviços para a prefeitura na área de creches também vieram a público e causaram desgaste.
Ao menos quatro reportagens da Folha de São Paulo relatam as suspeitas que envolvem o grupo político de Nunes com a chamada “máfia das creches”.
Nunes foi eleito pela primeira vez em 2012, sob a bênção do vereador Milton Leite, um dos políticos mais influentes de São Paulo.
O reduto eleitoral dos dois é a periferia da Zona Sul da cidade.
Católico, integrava a bancada cristã da Câmara de Vereadores.
Durante a campanha a vice-prefeito, buscou adotar uma postura agregadora:
Meu papel será o de somar esforços com o prefeito em tudo o que ele precisar. Vamos cuidar das pessoas numa gestão humanizada. Meu conhecimento das finanças públicas e da Câmara Municipal estarão sempre à disposição da liderança do prefeito e dos paulistanos.
Bruno Covas tira licença
Reeleito prefeito de São Paulo, Bruno Covas, voltou a ser internado na tarde do último domingo (2).
Covas decidiu se licenciar do cargo a partir desta segunda-feira (3) e informou a população através de suas redes sociais.
Com isso, o vice-prefeito, Ricardo Nunes, assumirá a prefeitura de São Paulo, a maior do país, a partir desta semana.
Bruno Covas está se tratando de um câncer no sistema digestivo com metástase óssea.
Na semana passada, o prefeito havia deixado o hospital e estava sendo medicado em casa.
Covas iniciou tratamento ainda em 2019 e evita, desde então, se afastar de suas funções na prefeitura, limitando suas licenças médicas.
No entanto, o oncologista Tulio Flesch Pfiffer informou que visitou o prefeito na manhã do último domingo (2) e que a decisão pelo licenciamento foi de Covas com total concordância da equipe médica.
Covas vem sofrendo com dores e optou por priorizar o tratamento da sua doença.