Um assunto que está de volta às discussões é a potencial retomada do empréstimo consignado para os participantes do Bolsa Família. Há vários meses, os beneficiários do programa social têm aguardado por essa possibilidade. No entanto, várias mudanças recentes impactaram diretamente essa iniciativa, levando à sua suspensão.
As transformações ocorridas no âmbito dos programas sociais trouxeram consigo tanto expectativas quanto incertezas em relação à viabilidade do crédito consignado para os beneficiários.
Esta forma de empréstimo, anteriormente disponível, encontra-se atualmente em situação de suspensão, levantando dúvidas sobre a sua eventual reintrodução.
Alterações no programa Bolsa Família
A Medida Provisória que estabeleceu as novas diretrizes do Bolsa Família foi aprovada no final de maio pelo Congresso Nacional. Além das alterações no programa em si, a MP também previu a reintrodução do empréstimo consignado para idosos e pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Com a notícia da possível volta do crédito consignado, os beneficiários estão ansiosos para saber se o governo pretende autorizar novamente essa modalidade de empréstimo no âmbito do Bolsa Família.
No entanto, a análise da retomada das concessões de empréstimos consignados é complexa e requer uma avaliação minuciosa para identificar soluções adequadas.
Ajuste das regras para consessão do consigando
Após o governo ter ajustado as regras para a concessão do crédito consignado, reduzindo de 40% para 5% a proporção do benefício mensal que poderia ser comprometida com o empréstimo, a Caixa Econômica Federal suspendeu definitivamente a oferta de empréstimos consignados para os beneficiários do Bolsa Família.
Uma mudança significativa nesse panorama ocorreu devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que trouxe um raio de esperança ao permitir empréstimos consignados para os participantes do Bolsa Família.
No entanto, essa perspectiva otimista foi seguida por um impasse: o processo judicial teve sua tramitação interrompida, prolongando a incerteza em torno da possibilidade de oferecer crédito a essa parcela da população.
Para os beneficiários do Bolsa Família que aguardam ansiosamente pelo crédito consignado, é crucial não depositar todas as expectativas nessa situação. Afinal, embora a possibilidade de retorno do consignado não possa ser descartada por completo, é sensato não contar com algo que ainda está longe de ser efetivamente liberado.
INSS retoma consignado para os seus beneficiários
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou a retomada do serviço de empréstimo consignado para os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A partir deste mês de agosto, esse grupo terá novamente acesso a essa opção de crédito, que permite descontos diretos do benefício para pagamento.
O empréstimo consignado para os titulares do BPC foi suspenso por uma portaria em março, proibindo as instituições financeiras de oferecerem empréstimos com débito automático no benefício.
Inicialmente introduzido em março de 2022 através da Medida Provisória (MP) 1.106, o empréstimo consignado para os beneficiários do BPC teve sua vigência temporariamente interrompida em março de 2023.
No entanto, a chance de reativação desse serviço surgiu com a promulgação da Lei 14.601, em 20 de junho, que não apenas estabeleceu o novo Bolsa Família, mas também propôs a reintrodução do empréstimo consignado.
Empréstimo consignado para os beneficiários do BPC
A disponibilidade do empréstimo consignado para os beneficiários do BPC é uma ferramenta financeira crucial, proporcionando opções de crédito com descontos diretos no benefício. Com essa medida, os segurados poderão novamente utilizar essa alternativa de apoio financeiro, a qual entrará em vigor no próximo mês.
A margem do empréstimo consignado do INSS para os titulares do BPC é de até 35% do valor da renda mensal, que é de R$ 462, uma vez que os beneficiários do BPC recebem um salário mínimo de R$ 1.320. Esse percentual é menor que a margem consignável para aposentadorias e outros benefícios do INSS, que atualmente é de 45%.
No caso do BPC/Loas, a margem consignável é dividida da seguinte forma:
- 30% destinam-se exclusivamente a empréstimos e financiamentos com débito automático;
- 5% são reservados para a amortização de despesas feitas através de cartão de crédito consignado ou cartão consignado de benefício, ou para saques por meio de cartão de crédito consignado ou cartão consignado de benefício.
Quais são os benefícios do empréstimo consignado do INSS?
O empréstimo consignado do INSS oferece diversas vantagens em comparação a outras formas de crédito, tais como:
- Taxas de juros mais reduzidas: As taxas de juros aplicadas ao empréstimo consignado do INSS costumam ser inferiores em relação a outras modalidades, como empréstimos pessoais ou cartões de crédito. Isso ocorre porque as parcelas são descontadas diretamente do salário ou benefício previdenciário do segurado, o que diminui o risco de inadimplência.
- Prazos de reembolso mais extensos: Os prazos de pagamento podem se estender até 84 meses (7 anos), o que torna as prestações mais acessíveis para indivíduos que necessitam de um montante maior.
- Ausência de consulta a órgãos de crédito: O empréstimo consignado do INSS não exige verificação nos registros do SPC ou Serasa, tornando mais simples a obtenção do crédito para pessoas com histórico de crédito restrito.
- Dedução direta: As parcelas são automaticamente deduzidas do contracheque ou benefício previdenciário do mutuário, evitando esquecimentos ou atrasos nos pagamentos.
- Processo de contratação descomplicado: A obtenção do empréstimo consignado do INSS é rápida e direta, podendo ser realizada diretamente com a instituição financeira que oferece o serviço.
Em resumo, o empréstimo consignado do INSS se destaca por seus juros mais baixos, prazos mais longos, facilidade de obtenção e a praticidade do pagamento com desconto em folha. Esses atributos o tornam uma opção atrativa para aqueles que buscam crédito com vantagens financeiras e operacionais.