Desde o início de 2021, cerca de seis milhões de empregos foram preenchidos nos Estados Unidos da América (EUA). Enquanto o índice de desemprego teve uma queda de 4,2% por todo o país, em New York a economia parece estar estagnada.
Após preencher 350 mil empregos nos últimos meses de 2020, a taxa de pessoas empregadas teve uma redução considerável em 2020, com apenas 187 mil empregos até o mês de março. Na cidade, o índice de desemprego é de 9,4%, mais que o dobro da média nacional.
Neste sentido, é válido dizer que a queda registrada nos últimos meses foi provocada em grande parte pelas pessoas que escolheram pedir demissão. Desde o início da pandemia da Covid-19, nenhuma outra grande cidade norte-americana foi tão afetada quanto New York.
Ao todo, quase um milhão de pessoas perderam os empregos nos primeiros meses da pandemia, os mais graves até então, fazendo milhares de empresas que não conseguiram se adaptar e se manterem, a encerrar as atividades. Basicamente, a cidade de New York enfrentava a pior fase financeira desde a crise de 1929.
A taxa de desemprego disparou, chegando a 20% em junho de 2020. Quase dois anos depois do início da pandemia, New York conseguiu recuperar pouco mais da metade dos empregos perdidos, sendo o Departamento de Trabalho do Estado, muito menos do que o restante do país. Essa dificuldade evidencia o modo como a pandemia devastou alguns nos principais motores econômicos da cidade, como o turismo, hotelaria e varejo.
O prolongamento da pandemia da Covid-19 resultou na dizimação dos turistas, além de assustar milhares de moradores dos subúrbios que lotavam as torres de escritórios diariamente. Este acontecimento foi caracterizado como um golpe duplo pelo presidente da Citizens Budget Commission, Andrew Rein.
Segundo uma pesquisa realizada pela Partnership for New York City, somente 8% dos trabalhadores de escritório voltaram para o exercício presencial durante cinco dias da semana apenas no início do mês de novembro. “Trabalhadores que moram longe daqui e turistas consomem muitas das mesmas coisas. Eles consomem, de certo modo, a energia da cidade de New York”, disse Rein.
Portanto, a ausência deles contribuiu para a perda de mais de 100 mil empregos em restaurantes, bares e hotéis da cidade, além de quase 60 mil empregos extras no setor de varejo, artístico, de entretenimento e recreação. A reabertura dos teatros da Broadway junto à alta da taxa de vacinação alavancaram o outono, reduzindo o índice de desemprego.
Mas o surgimento da variante ômicron pode ameaçar a recuperação incipiente logo que o novo prefeito, Eric Adams, assumir o cargo em janeiro. Ele se comprometeu a usar todos os recursos disponíveis perante o governo municipal para revigorar a economia da cidade ao criar um programa de treinamento para empregos e estágios por toda New York.