Os fundos de investimentos encerraram janeiro com uma quantidade de aplicações bem inferior a de resgates. Pelo menos é o que aponta o levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado nesta terça-feira (8).
De acordo com a entidade, a saída líquida destes fundos totalizou R$ 13,2 bilhões no mês passado. Em suma, esse resultado foi impulsionado pelos saques nos multimercados, que somaram R$ 19,4 bilhões, e nas carteiras de ações, que tiveram saída de R$ 10,6 bilhões no período.
Com o acréscimo do resgate expressivo registrado em janeiro, a captação líquida dos fundos de investimentos caiu de R$ 397,2 bilhões em dezembro para R$ 383,2 bilhões em janeiro, no acumulado de 12 meses. Isso mostra que, apesar da forte saída líquida no primeiro mês de 2022, a captação de recursos segue bastante expressiva nos últimos tempos.
Veja o que impulsionou o resultado em janeiro
Vale destacar que a situação observada no ano passado acabou se repetindo em janeiro deste ano. A saber, as recentes e consecutivas altas dos juros fizeram os fundos de renda fixa liderarem novamente a atração de dinheiro novo, com R$ 22,4 bilhões. Aliás, estes dados da Anbima representam o mercado de capitais e de investimentos.
Em 2020, o cenário se mostrava completamente diferente. Isso porque a Selic caiu para 2,00% devido à pandemia da Covid-19. Em suma, uma Selic mais baixa aquece a economia, enquanto taxas mais elevadas reduzem o poder de compra do consumidor e desaquecem a economia.
Como o país começou a enfrentar a crise sanitária em 2020, o governo trabalhou para manter a economia firme. Contudo, em 2021, a inflação nas alturas fez o Banco Central (BC) elevar a Selic para tentar conter as taxas inflacionárias.
“Com a alta da Selic, os investidores têm alocado parte de suas carteiras para a renda fixa, o que faz com que os fundos mais arriscados, como ações e multimercados, sofram resgates, como vem acontecendo desde o final de 2021″, explicou em nota o diretor da Anbima, Pedro Rudge.
Por fim, a Anbima revelou que o patrimônio líquido da indústria de fundos no Brasil cresceu 13,0% em 12 meses.
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