Os problemas do Brasil continuam crescendo a cada dia, especialmente aqueles relacionados à geração de energia elétrica. Na última quinta-feira (26), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o país não será capaz de gerar energia elétrica suficiente para atender à demanda da população a partir de outubro.
No entanto, essa não foi a única notícia alarmante do dia. De acordo com dados do ONS, a Represa de Furnas, que abastece a hidrelétrica local, está com o menor volume útil dos últimos 20 anos. A saber, o lago que abastece a Hidrelétrica de Furnas está com apenas 18,31% do seu volume útil.
Em resumo, esse nível só não é menor que o registrado em agosto de 2001, quando o volume útil da represa estava em 13,72%. À época, o Brasil passou por racionamento de energia, até porque o nível do lago caiu ainda mais em setembro, para 12,98%. A situação só começou a mudar em outubro com o início das chuvas. Assim, a represa conseguiu atingir 28,03% do seu volume em dezembro.
Embora a situação esteja bastante crítica, ela pode piorar. Isso porque, no mesmo período do ano passado, o nível da represa estava em 49,27%. Nos últimos 20 anos, o volume útil também ficou muito baixo em agosto de 2018 (22,96%), 2017 (27,36%), 2014 (27,58%) e 2015 (28,05%). Mas em nenhum deles a situação estava tão crítica quanto a deste ano.
Veja mais detalhes do agravamento da crise hídrica no país
Para manter o abastecimento de energia elétrica no país, o governo federal publicou um decreto na última quarta-feira (25) para a redução do consumo de energia por parte dos órgãos públicos federais. Todos os estabelecimentos, próprios e alugados, deverão reduzir o consumo de energia de 10% a 20% entre setembro de 2021 e abril de 2022.
O que está provocando temor em torno de racionamento de energia e até mesmo apagão é a maior crise hídrica do país dos últimos 91 anos. A situação dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia do país, está crítica.
Em suma, a capacidade de armazenamento destes reservatórios está em 23%. Aliás, o volume deve cair para 10% em novembro, menor patamar dos últimos 20 anos, segundo estimativas do ONS. Portanto, o brasileiro, que está pagando mais caro pela conta de energia desde julho, poderá ficar sem luz.
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