Os brasileiros vêm sofrendo com a redução de renda nos últimos anos. A saber, a pandemia da Covid-19, decretada em março de 2020, derrubou fortemente o rendimento das famílias do país. E a situação está ficando cada vez mais difícil para a população.
De acordo com um estudo produzido em parceria por pesquisadores da PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e da Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), a renda dos brasileiros das regiões metropolitanas do país caiu para R$ 1.378 no quarto trimestre do ano passado.
Em resumo, este é o menor valor já registrado pela pesquisa, que teve início em 2012. Ao se basear em dados da PNAD Contínua trimestral, do IBGE, os pesquisadores concluíram que a renda média dos brasileiros das regiões metropolitanas foi de R$ 1.378 nos três últimos meses de 2021. Este é o menor valor registrado nos últimos dez anos.
No primeiro trimestre de 2012, o rendimento da população havia ficado em R$ 1.397,95. O valor chegou a R$ 1.533,71 no terceiro trimestre de 2014, entre altos e baixos, mas caiu para R$ 1.433,2 no terceiro trimestre de 2016.
Nos trimestres seguintes, o valor teve mais avanços que quedas e atingiu sua máxima de R$ 1.568,43 no último trimestre de 2019. Contudo, com a chegada da pandemia no início de 2020, a renda dos brasileiros começou a cair, e hoje se encontra no menor patamar já registrado pelo estudo.
Veja mais detalhes do levantamento
A saber, a renda média corresponde à soma de todos os rendimentos provenientes do trabalho, que é dividida pelo número de moradores por domicílio nas regiões metropolitanas.
Além disso, o estudo também trouxe dados da desigualdade, medida através do coeficiente de Gini. Em suma, este indicador varia de 0 até 1, e, quanto mais alta a pontuação, maior a desigualdade. Nesse caso, a taxa ficou em 0,602 na média das metrópoles, mesmo valor do 1º trimestre de 2020. No entanto, o valor ainda está distante da marca de 0,566 registrada no último trimestre de 2014.
“Estamos chegando a um nível de desigualdade que é similar aquele anterior à pandemia, mas numa sociedade mais empobrecida, com uma renda média bem mais baixa. Está todo mundo mais pobre“, disse Andre Salata, pesquisador da PUC-RS e coordenador do estudo.
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