Renato Cariani, conhecido influenciador digital com milhões de seguidores nas redes sociais, foi indiciado pela Polícia Federal por suposta associação com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que Cariani estaria envolvido no esquema de desvio de produtos químicos utilizados na fabricação de entorpecentes, como crack e cocaína.
Indiciamento por tráfico equiparado
O indiciamento de Renato Cariani ocorreu devido ao seu suposto envolvimento com produtos químicos destinados à preparação de drogas ilícitas. De acordo com a polícia, Cariani não teria se envolvido diretamente com as substâncias ilícitas em si, mas com os produtos químicos utilizados em sua fabricação e adulteração.
O influenciador foi conduzido à sede da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento sobre o esquema de desvio de produtos químicos. Acompanhado por seu advogado, Cariani falou rapidamente com a imprensa, esclarecendo que se tratava de um inquérito administrativo e não um inquérito criminal. Ele afirmou que esclareceria todos os fatos após sua oitiva.
Após prestar depoimento, Cariani manifestou-se nas redes sociais, afirmando sentir-se aliviado após a oitiva. Ele explicou que seu depoimento foi detalhado e registrado tanto por escrito quanto em gravação, para que todos os seus esclarecimentos fiquem registrados nos autos.
O envolvimento de outras pessoas
Além de Cariani, outras pessoas também foram indiciadas no caso. Sua sócia, Roseli Dorth, e seu amigo Fábio Spinola também são apontados como parte relevante do esquema. Roseli, de 71 anos, é sócia-administrativa da empresa química Anidrol, da qual Cariani também é sócio. A Polícia Federal realizou busca e apreensão nas residências de todos os envolvidos.
A investigação aponta que Roseli estava supostamente envolvida em transações suspeitas relacionadas à venda dos produtos químicos utilizados na produção de crack. Já Fábio Spinola é apontado como intermediador no fornecimento das substâncias, sendo responsável por direcionar e negociar a entrega dos produtos.
A defesa de Rodrigo Cariani
A defesa de Renato Cariani emitiu uma nota afirmando que ele respondeu a todas as perguntas feitas durante o depoimento à Polícia Federal. Segundo a defesa, o indiciamento ocorreu antes mesmo do início do depoimento, sem que a autoridade policial tivesse a oportunidade de ouvir os esclarecimentos do influenciador sobre os fatos que lhe foram imputados.
Os advogados de Cariani destacaram que ele foi ouvido por mais de três horas, mesmo sem ter tido acesso a diversos documentos e procedimentos cautelares que instruíram a investigação. A nota reforça a boa-fé de Cariani em esclarecer os fatos e ressalta que seus advogados solicitarão acesso ao processo para que possam entender o conteúdo da investigação.
Desdobramentos da operação
Após a operação da Polícia Federal, o Ministério Público solicitou à Justiça a prisão preventiva de Cariani, de sua sócia e de Fábio Spinola. No entanto, a Justiça negou os pedidos e todos os envolvidos permanecem em liberdade. A investigação ainda está em andamento, e novas informações podem surgir no decorrer do processo.
O esquema de desvio de produtos químicos
De acordo com as investigações, a empresa Anidrol, da qual Cariani é sócio, desviava solventes e outros produtos químicos utilizados na produção de cocaína e crack. A empresa emitia notas fiscais falsas, alegando a venda desses produtos para empresas farmacêuticas renomadas no mercado.
A Polícia Federal identificou mais de 60 possíveis notas fiscais fraudulentas emitidas pela Anidrol. O dinheiro proveniente dessas transações era depositado na conta da empresa investigada por pessoas sem qualquer vínculo com as empresas farmacêuticas. A investigação aponta que os sócios da Anidrol tinham pleno conhecimento do desvio de produtos químicos.