A convenção do MDB para oficializar a candidatura de Simone Tebet para a Presidência da República será realizada na próxima quarta-feira, 27 de julho. Contudo, Renan Calheiros, da ala pró-lula do MDB disse que pretende entrar na justiça com o objetivo de adiar o encontro em caso de a reunião não ser adiada de forma espontânea para o dia 5 de agosto.
A data é a última possível, de acordo com o calendário informado pela Justiça Eleitoral. “Sem diálogo, sem avaliações realistas sobre o desempenho da pré-candidatura, sem competitividade nas pesquisas é insanidade sacrificar o MDB nos estados. A partir da obsessão não restará alternativa senão a judicialização da própria convenção”, afirmou Renan Calheiros em um post realizado no Twitter.
Renan Calheiros busca retomar o diálogo com o presidente do MDB, Baleia Rossi, que apoia Simone Tebet e deseja mantê-la na disputa presidencial nas eleições de outubro, embora ela possua baixo índice nas pesquisas eleitorais, que vêm sendo realizadas com certa frequência.
Segundo Renan, o presidente do MDB não tem sido democrático no processo de definição da candidatura de Simone Tebet a presidência pelo partido. A pré-candidata tem sido apontada como a opção da terceira via.
Além disso, outros integrantes do MDB de 11 dos 27 estados brasileiros também já declararam apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião que declarou o apoio aconteceu na última segunda-feira. Após o acontecido, Rossi se reuniu com o ex-presidente Michel Temer, que também apoia a parte lulista do MDB e vem se articulando nos bastidores.
MDB enfrenta dificuldade nos estados
Em alguns estados considerados como “chave”, Simone Tebet (MDB) tem enfrentado dificuldade para adquirir apoio e formar palanque. Por exemplo, nesta última quinta-feira (21), o PSDB de Minas Gerais, que é federado com o MDB, decidiu apoiar a candidatura de Ciro Gomes para a Presidência da República.
Atualmente, o único pré-candidato tucano a governador que possui o apoio do MDB é Rodrigo Garcia, que busca a reeleição no estado de São Paulo. Em outros locais, Simone Tebet terá que dividir palanque com o União Brasil, bem como outros candidatos que estão à frente nas pesquisas, como Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Renan já vinha reclamando da candidatura de Tebet
Ainda no mês passado, Renan Calheiros havia afirmado que a candidatura de Simone Tebet pelo MDB era um “esforço inútil” do partido e uma “temeridade” manter uma candidata que possui 1% das intenções de votos.
“O esforço do MDB com a candidatura da Simone é inútil, diante de uma eleição polarizada. Nós já vimos isso no passado, com o Meirelles candidato e 1% dos votos, nós tivemos a redução das nossas bancadas na Câmara e no Senado à metade. A homologação de Simone significa repetição do prejuízo”, afirmou Renan.
Além disso, o senador também disse que chegou a tratar sobre o assunto com o ex-presidente Michel Temer, contudo, não houve avanços em relação ao assunto. “O MDB se isola do mundo e fica um negócio muito ruim”, reclamou o senador. Renan disse que não possui qualquer problema com a senadora, e que, segundo ele, o problema é a falta de votos.