A partir do primeiro dia do mês de abril, está previsto um reajuste no preço de medicamentos em todo o país. Esse aumento deve ser de 5%, e é estabelecido de acordo com o limite de reajuste imposto pelo governo, e que é repassado às farmácias brasileiros ao longo do ano.
O valor desse reajuste é influenciado pela inflação do período, que foi de 5,6%. Entretanto, enquanto o aumento de preços não acontece, farmácias estão preparando estoques de produtos no preço antigo para atrair clientes com condições de pagamento melhores. Confira!
Aumento do preço de remédios
O aumento do valor dos medicamentos no país não é de hoje. Em 10 anos, por exemplo, o preço dos remédios subiu 76,79%, abaixo da inflação acumulada, de 90,24%, de acordo com dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos.
Além disso, durante a pandemia do COVID-19, um aumento considerável também pode ser identificado. No acumulado dos anos de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%. Isso aconteceu enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%. Isso representa que, apesar de tudo, o aumento no preço dos remédios foi menor do que o aumento registrado em alimentos e transportes.
Em adição, além do aumento anual autorizado pelo governo, que entrará em vigor já no dia 1 de abril, outros aumentos ainda podem acontecer ao longo do ano. Por exemplo, os preços podem subir ainda mais devido as novas alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadoria e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).
Essa alíquota é determinada para compensar os gastos e a limitação do tributo estatal referente a combustíveis e energia – que resultam em produtos mais caros, nessa caso, os medicamentos. No final do ano de 2022, 12 estados elevaram as alíquotas de ICMS sobre diversos produtos. Isso foi feito para compensar o corte no imposto sobre combustíveis e energia elétrica.
Por esse motivo, os medicamentos entraram na lista de itens que terão aumento de carga tributária em 2023. O novo ICMS entrou em vigor em março em sete estados:
- Bahia;
- Piauí;
- Paraná;
- Pará,;
- Sergipe;
- Amazonas;
- Roraima.
Dessa forma, a mudança valerá a partir de 1º de abril em outros cinco estados brasileiros: Acre, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Tocantins. Nesses locais, os níveis das alíquotas estão atualmente em 17% ou 18%.
Panorama da situação econômica no Brasil
Não é apenas na questão dos remédios que o país se encontra em uma situação complicada. O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou no dia 9 de março alguns dados referentes aos empregos de carteira assinada gerados no mês de janeiro desse ano. Foram mais de 83 mil empregos gerados, mas esse dado representa cerca da metade dos empregos gerados durante o mesmo mês no ano passado.
Em 2022, no mês de janeiro, foram criados mais de 167 mil emprego formais. Isso representa uma queda de 50,2% no ano de 2023. Essa comparação demonstra uma piora considerável. Assim, ao comparar a taxa de vagas abertas em janeiro de 2020 e 2021, podemos perceber uma mudança considerável. Dessa forma, em 2020, foram abertas 112 mil vagas de empregos formais. Da mesma maneira, em 2022, foram abertas 254,2 mil vagas.
Foi informado também pelo Ministério do Trabalho que o salário médio em janeiro desse ano foi de 2.012,78 reais. Descontando a inflação, esse valor também representa um aumento em relação a dezembro do ano passado, cujo valor médio era de 1.923,97 reais.
Entretanto, se formos comparar o valor médio do salário em janeiro desse ano, com o valor de janeiro de 2022, podemos perceber uma queda. No mesmo mês do ano passado, o valor médio do salário de admissão estava em uma base de 2.021,49 reais.
Remédios ficarão mais caros em abril: E os alimentos?
Além dos remédios, outros itens essenciais aos brasileiros é o alimento. Nesse setor, também é muito comum encontrarmos um aumento considerável nos preços a cada ano. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,53%, desacelerando depois de ter avançado 0,62% em dezembro de 2022.
Ainda em comparação a dezembro do ano passado, o IPCA sofreu influência do grupo Alimentação e bebidas, que avançou 0,59%, contribuindo com 0,13 ponto percentual para a alta do índice geral. Assim, os alimentos que sofreram uma grande influência foram a batata-inglesa e cenoura, que saltaram 14,14% e 17,55%, respectivamente, por consequência da grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras.
Entretanto, o preço da cebola apresentou uma queda de 22,68%. Isso aconteceu por conta da maior oferta vindo das regiões Nordeste e Sul, locais onde esse item teve alta de mais de 130% em 2022.
Outros setores
Além dos alimentos, podemos considerar também a inflação de serviços. Nessa caso, ela seguiu pressionando ao acelerar a 0,60% em janeiro, de 0,44% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 7,80%. De todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, apenas o setor de Vestuário apresentou variação negativa em janeiro, de 0,27%. Essa foi a primeira queda após 23 meses seguidos de altas graças. Isso aconteceu devido aos descontos se promoções realizadas tipicamente em dezembro, devido ao Natal.
Já no setor de transportes, foi ele quem exerceu o segundo maior impacto positivo sobre o IPCA em janeiro desse ano. Assim, sua alta foi para 0,55%, em relação aos 0,21% no mês anterior. Desse forma, acabou contribuindo com 0,11 ponto percentual para o índice geral. Assim, os combustíveis tiveram alta de 0,68%, puxados pelo aumento nos preços da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%).
Remédios ficarão mais caros em abril: Como economizar nessa situação?
Infelizmente, os novos preços dos remédios já vão entrar me vigor em pouco tempo. Entretanto, até a data de 1º de abril, muitas farmácias estão criando estoques de medicamentos com os preços antigos. Sendo assim, quem faz uso recorrente de algum remédio, pode se beneficiar muito fazer o o mesmo: adquirindo remédios com o preço atual, antes do aumento, e estocando eles em casa.
É claro que, se tratando de medicamentos, itens essenciais para a conservação da nossa saúde, é muito importante ficar atento às datas de validade e à forma correta de armazenamento dos mesmos. Dessa forma, é possível criar um estoque dos medicamentos necessários enquanto se reorganiza financeiramente, de maneira a se adaptar aos novos preços desses itens.