O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) revelou nesta quarta-feira (30) que os preços dos remédios deverão ficar 10,89% mais caros no país. A saber, o reajuste deve entrar em vigor no final desta semana.
Esse percentual de aumento é o valor máximo que os fabricantes podem aplicar sobre os preços dos medicamentos. Em outras palavras, os remédios só não ficarão ainda mais caros porque não é possível.
Em resumo, os preços dos medicamentos levam em consideração dois fatores: a inflação e o fator Y. No primeiro caso, a taxa inflacionária do país em 2021 chegou a 10,06%. Já o fator Y calcula os custos de produção não pesquisados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a conhecida inflação.
O fator Y analisa variação cambial e de preços de insumos, bem como tarifas de eletricidade. Aliás, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) divulgou os dados mais recentes deste indicador na terça-feira (29).
Para entrar em vigor, o reajuste ainda precisa da aprovação do governo federal. Contudo, o Sindusfarma explica que, pela lei, o reajuste anual dos preços dos remédios pode começar a ser aplicado já a partir desta quinta-feira (31) “em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro”.
Preços dos remédios não devem subir de imediato
Embora o reajuste esteja quase em vigor, o Sindusfarma afirma que os remédios não ficarão automaticamente mais caros. Segundo a entidade, “a grande concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, disse em nota.
Em 2021, o reajuste dos remédios foi de 10,08%, enquanto a inflação no país havia chegado a 4,52% em 2020. A propósito, a recomposição dos preços leva em consideração a inflação do ano anterior. Como em 2021 a taxa inflacionária atingiu 10,06%, os medicamentos tiveram o maior reajuste possível.
Aliás, o CMED, órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é o meio que permite ao governo o controle periódico dos reajustes de preços. Em suma, o governo define o aumento máximo que os remédios podem atingir no país.
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