O relatório que pode custar a cassação do mandato do vereador Gabriel Monteiro (PL) deve ser apresentado no Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores do Rio de Janeiro no começo do próximo mês, revelou nesta quarta-feira (06) o relator do processo no Conselho de Ética, o parlamentar Chico Alencar (PSOL).
De acordo com as informações, Gabriel Monteiro responde por quatro acusações no conselho, sendo uma delas sobre um vídeo divulgado em redes sociais em que o parlamentar aparece mantendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos. Em entrevista ao jornal “O Globo”, Chico Alencar revelou que o processo que pode culminar na perda do mandato do vereador tem mais de mil páginas de depoimentos colhidos desde março, quando as denúncias contra o parlamentar vieram à tona.
“Pretendo apresentá-lo no dia 2 de agosto, uma terça-feira. E aí a defesa tem cinco dias úteis para as alegações finais e, a partir de então, o conselho decide. Se houver um pedido de cassação de mandato, tranca a pauta do plenário da Câmara e vai imediatamente para ser apreciado pelo conjunto de vereadores. Portanto, caminhando com muita substantividade, com muita dedicação para a coisa ser bem feita. O Brasil precisa de ética na política mais do que nunca”, afirmou Chico Alencar.
Gabriel Monteiro réu
Na terça (05), Gabriel Monteiro virou réu acusado de importunação e assédio sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça, que aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). De acordo com informações, o Ministério Público afirmou na denúncia que Gabriel Monteiro obrigava a vítima a atuar como atriz em vídeos de cenas eróticas, que posteriormente foram publicados nas redes sociais.
Ainda conforme a denúncia, essas gravações foram feitas na casa do parlamentar, que aproveitava as oportunidades para tocar partes íntimas da mulher. Nessas ocasiões, segundo o MP, a assessora era obrigada a participar das cenas de cunha sexual. A vítima ouvia do parlamentar que seria demitida caso não quisesse participar das cenas, que aumentaram quando a vítima passou a ter que dormir na casa do vereador por conta do aumento da carga de trabalho.
“Gabriel Monteiro fazia questão de expor aos outros funcionários os atos libidinosos que praticava contra a assessora, que era vista constantemente chorando por não aguentar mais as humilhações”, denunciou o Ministério Público, que ainda apurou que a até então funcionária expôs por três vezes ao parlamentar que seus atos a ofendiam e a constrangiam perante os colegas de trabalho.
Além disso, a funcionária também teria dito que as atitudes de Gabriel Monteiro estavam a causando mazelas físicas e emocionais, mas o vereador teria ignorado a ex-assessora, dizendo que tudo não passava de uma brincadeira.
Em nota, a defesa de Gabriel Monteiro, que também é influenciador digital, disse que a denúncia foi feita por ex-assessores do parlamentar que confirmaram trabalhar para a máfia do reboque em depoimento no Conselho de Ética da Câmara. Além disso, a defesa do parlamentar disse que outros funcionários desmentiram a versão de assédio apresentada pela vítima.
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