O relatório feito pela equipe de transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem 23 páginas somente referentes a revogações de decretos assinados pelo atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
A revelação foi feita, nesta terça-feira (13), por Aloizio Mercadante, coordenador técnico do governo de transição e anunciado por Lula como novo presidente do BNDES. Na ocasião, ele fez críticas duras contra o atual governo, dizendo ainda que haverá drásticas mudanças assim que Lula tomar posse.
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“Só de revogaço tem 23 páginas, passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações e avaliar junto com o presidente o que será revogado”, afirmou Aloizio Mercadante ao comentar sobre os 32 relatórios que foram produzidos pelos grupos que cuidam da transição.
De acordo com o coordenador técnico do governo de transição, os documentos elaborados apresentam um diagnóstico preciso sobre as áreas analisadas. Nesse sentido, ele criticou um comunicado feito pelo governo, que afirmou que o Brasil não está quebrado.
“O governo disse que a situação fiscal está muito boa. Tá muito boa para quem? Educação não tem livro didático, reajuste de merenda, bolsa de estudos da Capes. Na Saúde, não tem recursos para a Farmácia Popular, tratamento de câncer, em cada uma das áreas”, afirmou Aloizio Mercadante.
Segundo ele, todas as áreas que a equipe de transição analisa enxerga que não há dinheiro. “Para a defesa civil, desastres naturais, não tem investimento em obras hídricas estruturantes e nem prevenção contra desastres naturais”, explica.
Por fim, Aloizio Mercadante ainda comentou que não existem recursos para programa como o Bolsa Família, ou para bancar o salário mínimo e distribuir recursos para o DNIT. Nesse sentido, ele voltou a ressaltar a importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição.
“Temos que pagar 600 reais em janeiro e espero que os deputados votem o mais rápido possível”, disse Aloizio Mercadante, finalizando que não há previsão de receitas para cobrir os buracos que a equipe tem encontrado, mas que a equipe de transição conseguiu “desenhar nova estrutura de governo sem aumentar gastos com estrutura, racionalizando”.
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