Falando sobre a entrega do próximo relatório da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB – AL) (também relator da Comissão) falou que será feito um esforço para antecipar o processo, mas que “não sabe se isso será possível”. Renan também afirmou que a atualização da lista de investigados é natural, mas que ainda não há novos nomes. A expectativa de Renan é que o próximo relatório esteja disponível até a primeira semana de novembro; para ser aprovado, o relatório deverá receber o voto favorável da maioria dos membros da CPI.
A justificativa do relator é que a CPI já reuniu diversas informações e, agora, tem “provas indiscutíveis”. Sendo assim, é provável que em breve tenhamos mais detalhes sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro na promoção da cloroquina e da imunização de rebanho. O senador explicou que “nós vamos antecipar o relatório porque já temos muita coisa. Eu vou me esforçar para antecipar esse relatório porque do ponto de vista do gabinete paralelo nós temos provas indiscutíveis; da imunidade de rebanho, também; da cloroquina; da ivermectina; do TrateCov. Nós tivemos depoimentos, documentos, confissões”.
As expectativas de Renan Calheiros para o Relatório da CPI
Segundo Renan, podemos esperar “nos próximos dias também avanços na investigação do que acontece no Rio de Janeiro nos hospitais [federais] e nas organizações sociais”.
A expectativa é que os próximos dias tragam depoimentos mais acalorados, em especial quando for a vez do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados. “Esse depoimento é fundamental porque o Ricardo Barros foi ministro da Saúde, manteve com o Ministério da Saúde uma relação direta, tinha proximidade com Roberto Ferreira Dias. Nós esperamos que esse depoimento seja mais um depoimento que vai calar fundo na sociedade brasileira diante do desgoverno que a CPI tem mostrado ao Brasil”, disse Renan.
A CPI em breve deverá começar a investigar contratos dos hospitais federais do Rio de Janeiro para entender outros pontos da atuação do governo federal no combate à pandemia. O relator esclareceu que “vamos ouvir na próxima semana o coronel Helcio Bruno que tem uma entidade que, dentre outras coisas, patrocinou campanha contra vacinas, pela cloroquina, e patrocinou, também, fake news na dimensão de confundir a sociedade que queria vacina porque poderia ter, exatamente, vidas salvas”.
A Comissão também está ansiosa pelo depoimento ministro da Defesa, Braga Netto, que ocupou o cargo de coordenador do comitê de crise do governo federal quando era ministro-chefe da Casa Civil. O próximo relatório da CPI fatalmente deverá falar sobre Netto e, por esse motivo, espera-se que ele tenha a chance de se defender; Renan informou que “uma investigação que em não verificando nada que possa eventualmente incriminar alguém, vai dizer isso com todas as letras porque nós não temos interesse de criminalizar, de expor por expor ou criminalizar por criminalizar”.
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