O deputado Delegado Olim (PP), relator do processo contra Arthur do Val (União Brasil) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) recomendou, nesta quinta-feira (07), a cassação do mandato do parlamentar.
Arthur do Val anuncia que não vai concorrer a novo mandato como deputado
Arthur do Val está sendo processado por quebra de decoro por conta dos áudios vazados em que ele fala que as mulheres refugiadas ucranianas são “fáceis porque são pobres”. “Os fatos havidos contrapõem-se de maneira contundente com as definições de decoro parlamentar colacionados”, disse o redator.
“Estando evidenciada a gravidade das condutas do representado, flagrantemente atentatórias ao decoro parlamentar, conclui-se este parecer com a proposta de que seja aplicada ao Deputado Arthur Moledo do Val a medida disciplinar de perda do mandato”, disse o Delegado Olim.
Por conta da recomendação, Arthur Lira divulgou uma nota afirmando que está tranquilo com o relatório da Comissão de Ética, dizendo ainda que “não tem dúvidas de que seus pares se convencerão de que o erro cometido por ele – pelo qual já pediu desculpas – não deve ser punido com o mandato”.
“Os comentários que foram alvos da representação no Conselho de Ética, ainda que indevidos, não constituem crime e não foram feitos durante a atividade parlamentar”, disse Arthur do Val, relatando ainda que “não tem dúvida de que o Parlamento irá respeitar a vontade de 500 mil paulistas que o elegeram para o mandato que ele exerce com dedicação e honestidade”.
Tramitação do parecer
Agora, com o parecer do relator, o caso de Arthur do Val será votado pelos membros do Conselho de Ética da Alesp em uma reunião que deve acontecer na próxima terça-feira (12). Caso os deputados acompanhem a opinião do Delegado Olim, o tema será encaminhado para o plenário da Alesp em forma de projeto de lei, onde o parlamentar pode acabar sendo cassado.
Relembre o caso do deputado
Arthur do Val, deputado estadual de São Paulo, teve seus áudios vazados no começo de março, quando além de dizer que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”, também afirmou que na fila de refugiadas havia mais mulheres bonitas do que em baladas de São Paulo. Ao chegar no Brasil, ele, que passou 13 dias na Europa sob a justificativa de estar em uma ação humanitária, disse que suas declarações foram “retiradas de contexto”.
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