O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), que é o relator da reforma tributária, afirmou nesta terça-feira (04) que a cesta básica será preservada nas mudanças aprovadas pela Câmara. Nas últimas semanas, o debate da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional passou por um tema que impacta diretamente na vida da população mais pobre: o possível impacto dos impostos unificados sobre os preços dos itens que atualmente fazem parte da cesta básica.
Reforma tributária tem apoio de governadores
Hoje, uma das propostas que tramitam no Congresso envolve a criação de uma cesta básica nacional padronizada. Para os defensores da ideia, isso faria com que fosse possível reduzir ainda mais a tributação desses itens, que seriam alvos de uma regra específica para não impactar na vida dos mais pobres. Nesta terça, ao deixar a Câmara para ir a encontro com governadores em um hotel em Brasília, onde devem ser debatidos pontos da reforma, o deputado ressaltou que a cesta básica não sofrerá impactos negativos com a nova reforma.
“Nós não vamos onerar a cesta básica. Existem dados contraditórios. A gente viu informações dizendo que haveria aumento de cesta básica. Já tem outra informação hoje inclusive com dados de consultores do Banco Mundial dizendo que pelo contrário, no texto escrito já há uma redução de 1,7%”, disse ele, que ainda fez uma promessa: “o que eu posso assegurar ao brasileiro é, muito pelo contrário, nós vamos preservar a cesta básica”, destacou o relator.
Bolsonaro dispara contra reforma tributária
Quem também comentou sobre a reforma tributária e a cesta básica foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que usou sua conta no Twitter para dizer que não gostou da proposta de reforma tributária que está sendo discutida no Congresso e que tem o apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o ex-chefe do Executivo, a “Reforma Tributária do PT: um soco no estômago dos mais pobres”.
Ainda na publicação, ele fez questão de listar benefícios tributários importantes concedidos no seu governo, como a redução do IPI para mais de quatro mil produtos, a isenção de impostos federais para combustíveis, remédios contra câncer e HIV, itens hospitalares e games. Segundo Bolsonaro, “mesmo com tais reduções, mês a mês”, sua gestão bateu “recorde na arrecadação”.
“Terminamos 2022 com superávit primário”, escreveu o ex-presidente, que ainda disse que, mesmo abrindo mão das receitas, conseguiu, durante sua gestão, reduzir os gastos públicos e conseguiu uma inflação menor que a dos Estados Unidos e um crescimento maior que o da China.
“A atual reforma tributária do PT vai na contramão do que fizemos. Caso tivesse um mínimo de coerência, o atual governo deveria manter a nossa política econômica que deu certo: menos impostos, mais arrecadação”, escreveu Bolsonaro, que finalizou a publicação dizendo que seu partido, o PL, vai encaminhar uma proposta que visa rejeitar completamente a proposta atual de reforma tributária.
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