O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), que é o relator da reforma tributária na Câmara, afirmou nesta terça-feira (04) que o projeto não é de direita, muito menos de esquerda. Nesse sentido, ele relatou que não vai entrar em briga entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A fala do relator da reforma tributária, uma das demandas mais aguardadas pela gestão Lula, foi feita durante um encontro com prefeitos em um evento organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em Brasília, no Distrito Federal. “Essa não é uma reforma de partido político. Essa não é uma reforma de direita, nem de esquerda, nem de centro”, disse ele, destacando que “essa é uma reforma do Brasil”. “Essa é uma reforma que eu não vou entrar em briga de Bolsonaro com Lula, nem com ninguém. A gente está pensando nos municípios, nos Estados e na economia do nosso país”, afirmou o deputado.
Ainda na ocasião, Aguinaldo Ribeiro destacou que, em sua visão, atualmente, o Brasil ostenta o título de país com o pior sistema tributário do mundo. Desse modo, para ele, “essa reforma é o início de uma grande modificação que precisa ser feita”. “Temos aqui uma primeira oportunidade que o Brasil não pode perder. Precisamos fazer a reforma, pois as relações de consumo estão mudando e a gente tem que adaptar nosso sistema com a nossa realidade”, afirmou o relator.
Durante o evento da CNM, Rodrigo Orair, que é especialista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentou um estudo feito em conjunto com a confederação sobre o impacto da reforma. Conforme o levantamento, cerca de 98% dos municípios brasileiros têm potencial de ganhos na arrecadação com a reforma tributária em um período de 20 anos. Isso, importante destacar, a depender dos impactos positivos que ela provocar no crescimento do produto interno bruto (PIB).
Bolsonaro critica a reforma tributária
Nesta terça, Bolsonaro fez duras críticas à proposta de reforma tributária encaminhada pelo atual governo ao Congresso. Nesse sentido, ele afirmou que seu partido, o PL, irá orientar a bancada a votar contra o projeto. De acordo com ele, a reforma “aumenta de forma absurda impostos da cesta básica, retira a capacidade de investimento dos Estados e subtrai recursos dos municípios”, além de “concentrar na União tais recursos onde sua liberação se sujeitaria a um Conselho composto de ‘companheiros'”.
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