O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (14), em seu último dia na China, que a relação do Brasil com o país asiático não causa arranhão com os Estados Unidos. A declaração acontece porque a China trava, no cenário internacional, uma disputa com os Estados Unidos, que é parceiro histórico do Brasil, em áreas cruciais, como, por exemplo, no comércio, indústria e tecnologia.
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A declaração de Lula aconteceu na noite desta sexta, em um hotel, momentos antes de Lula iniciar sua saída da China – antes de voltar ao Brasil, o presidente vai fazer uma visita oficial a Abu Dhabi. Antes de sair do país asiático, Lula se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping.
“Não acredito e não há nenhuma razão para isso”, disse Lula sobre uma possível “crise” com os Estados Unidos após a aproximação com a China. “Quando eu vou conversar com os Estados Unidos, não fico preocupado com o que a China vai pensar. Estou conversando sobre os interesses soberanos do meu país. Quando venho conversar com a China, também não fico preocupado com o que os Estados Unidos estão pensando. É assim que fazem os Estados Unidos, a China e todos os países”, disse o petista.
Ainda durante a conversa com jornalistas, Lula disse que o Brasil não precisa romper e brigar com ninguém para crescer. Nesse sentido, o chefe do Executivo defendeu que o Brasil faça negócios e acordos com todos os países. Isso, levando em consideração os interesses e a soberania nacional.
“Saio satisfeito porque senti uma extrema vontade do Xi Jinping e dos ministros por essa interação com o Brasil. Nossa relação estratégica vai se aperfeiçoando cada vez mais e não precisamos brigar e romper com ninguém para que a gente melhore”, disse Lula, completando que, na viagem à China, visitou a empresa de telecomunicações Huawei visando o crescimento tecnológico do Brasil.
Hoje, a Huawei é rival de empresas norte-americanas do setor. “Fui visitar a Huwaei, porque tenho necessidade de fazer uma revolução digital no nosso país. Nosso país está muito atrasado”, afirmou o presidente que, na China, assim como publicou o Brasil123, fechou 15 acordos durante sua passagem pelo país asiático. De acordo com o Ministério da Fazenda, a perspectiva é que os acordos gerem R$50 bilhões de investimento na economia brasileira.