O Reino Unido confirmou na última sexta-feira um caso da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), mais conhecida como mal da “vaca louca”. Aliás, a doença surgiu no país e ganhou os noticiários internacionais entre as décadas de 1980 e 1990 após um surto no país.
De acordo com a Agência de Saúde Vegetal e Animal do Reino Unido (APHA, na sigla em inglês), o caso foi notificado no sudoeste da Inglaterra, em Somerset. A saber, o animal apresentou a doença através do tipo “clássico”, que ocorre geralmente por contaminação.
Em suma, o que gera a doença é uma proteína infecciosa chamada príon, presente no cérebro de diversos mamíferos, inclusive no do ser humano. No entanto, a proteína pode se multiplicar exageradamente, de maneira anormal. Nesse caso, o príon mata os neurônios e deixa buracos brancos em seus lugares no cérebro. Por isso o nome “espongiforme”, pois parece uma esponja cheia de buracos.
A doença pode ocorrer de maneira atípica, quando o animal tem uma idade muito avançada e o príon acaba sofrendo mutação. Contudo, o animal também pode apresentar a doença através do consumo de rações contaminadas, por exemplo. Em ambos os casos, não há indícios de transmissão entre as vacas.
Por isso, a APHA afirmou que o caso não representa “nenhum risco para a segurança alimentar”. Além disso, o animal foi sacrificado e que a fazenda está sob restrição enquanto a investigação segue em andamento.
O Reino Unido também disse ter comunicado o caso para a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e seus parceiros comerciais. “A situação não afeta a possibilidade de exportação de carne para outros países”, afirmaram autoridades britânicas.
Mal da ‘vaca louca’ também foi detecdado no Brasil
Após confirmar dois casos da doença ‘vaca louca’ no país, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina para a China. Em síntese, a decisão atende ao protocolo sanitário entre o Brasil e o país asiático.
Contudo, diferentemente do que aconteceu no Reino Unido, os dois casos confirmados no Brasil ocorreram de maneira atípica, em animais com idade avançada. Embora não representem riscos ao ser humano, segundo o Mapa, o preço da carne bovina deve cair nos próximos dias.
Por fim, isso acontecerá, porque as exportações para a China continuam suspenas, e o país asiático responde por mais de 50% das exportações brasileiras. Assim, haverá mais oferta da proteína no mercado interno, o que tende a reduzir os preços.
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