Nesta quinta-feira (6), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante a recriação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, em Brasília, afirmou que com o atual patamar da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, torna-se inviável a tentativa de reindustrializar o país.
Vale ressaltar que a afirmação do ministro segue a mesma linha de pensamento do governo, afirmando que, mesmo com a queda das expectativas de inflação, o Banco Central (BC) vem mantendo a taxa de juros, impedindo o crescimento da economia e a redução do desemprego.
Falas de Rui Costa
De acordo com Rui Costa, o Brasil possui a maior taxa de juros real do mundo, algo que não tem explicação absoluta. O ministro acrescenta:
Se em janeiro, o Brasil já tinha a maior taxa de juros real do planeta, isso se acentuou mais ainda. Ou seja, a cada mês que se passou, o Banco Central aumentou a taxa de juros real sobre a economia brasileira. Não há explicação técnica, razoável.
Em sua avaliação, apesar de a inflação vir caindo, “a dose do remédio foi aumentada, mesmo com a doença regredindo.” Desse modo, para o ministro, quem investe em projetos precisa ter, na taxa interna de retorno, previsibilidade.
Fazer projetos com taxa de 13,75% torna inviáveis esses projetos para parte da sociedade. Para emplacar projetos estruturantes, é preciso que tenhamos juros compatíveis com investimentos a longo prazo.
Como resultado, Rui Costa afirma ser urgente diminuir a taxa de juros, para ser possível alavancar projetos estruturantes de infraestrutura de logística, que vão contribuir para a redução do custo da indústria, como, por exemplo, portos, aeroportos, ferrovia e estradas.
Nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
Durante suas críticas à taxa de juros atual, Rui Costa comunicou que o governo irá lançar uma nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no próximo mês, que terá como base do projeto o desenvolvimento da sustentabilidade.
O conteúdo do programa será lançado na próxima semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com o ministro. Segundo ele, o PAC será aplicado sob três pilares que irão além dos fundos do Orçamento da União, que possui limites de orçamento.
Conforme anunciado por Rui Costa, os pilares contarão com:
- O financiamento para Estados, municípios e iniciativa privada;
- Realização de parceria público-privadas (PPP);
- Execução de concessões.
Com isso, o objetivo do novo PAC é retomar diversas obras espalhadas pelo país, estimulando a economia doméstica. Entretanto, esta é a quarta vez que Rui Costa muda a data de início do programa. Vale destacar que, inicialmente, o Palácio do Planalto pretendia lançar o novo PAC até maio de 2019.
Contudo, esta expectativa foi alterada, mais tarde, para o mês de junho. Depois disso, a partir de 2 de julho e, agora, para o fim deste mês.