A preocupação referente a uma iminência de recessão econômica global vem assombrando a população, os bancos centrais e o mercado financeiro. A preocupação com a desaceleração econômica já vinha crescendo desde que os principais bancos centrais, no começo do ano, deram os primeiros sinais de um aperto monetário mais rigoroso, com aumento nas taxas de juros e cortes em programas de aumento de liquidez.
Com o passar dos meses, o temor de uma desaceleração econômica veio dando espaço para uma situação mais complicada: uma recessão econômica global.
Inflação e recessão econômica
Essa mudança de entendimento econômico acompanhou a elevação de preços. Mês após mês, indicadores de inflação mostraram aceleração nos avanços dos valores dos produtos e serviços, dificultando a projeção de um pico e de uma futura queda.
Diante desses fatores, os bancos centrais precisaram mudar o tom para sair da posição de uma política menos agressiva, quando estão atrasados em relação ao aumento de juros no combate à inflação.
Vale lembrar que o aumento da inflação vem sendo ocasionado pelas consequências de políticas econômicas da Covid-19. Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia serviu para inflar ainda mais as pressões inflacionárias, principalmente via produtos alimentícios e energia.
Um possível cenário de estagflação
Com uma elevação elevada e coletiva em todo o mundo, se forma um coro sobre o risco de uma estagflação, ou seja, um crescimento de baixo ritmo associado à uma elevação da inflação. O Banco Mundial chegou a mencionar esse possível cenário em um relatório no mês de junho, quando alertou também para um possível cenário de recessão econômica.
Isso aconteceu depois que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de maio dos EUA foi divulgado e as expectativas de inflação de longo prazo (medidas pela Universidade de Michigan) cresceram, o desenho pela recessão começou a ganhar mais contorno.
O Brasil inserido neste cenário
Para o Brasil, o momento econômico é um pouco menos turbulento quando ao cenário global. Devido ao Banco Central ter elevado a taxa de juro relativamente “cedo” a inflação alta aparenta estar com os dias contados. Além disso, o Brasil não corre risco de uma recessão econômica, porém uma recessão econômica global atrapalha e muito a recuperação econômica do país.
O que muda neste cenário atual é a manutenção da taxa de juro, ou seja, o Banco Central estimava que o pico da taxa de juro seria ainda no primeiro semestre, mas agora, com uma possível recessão global, pode ser que isso seja estendido por mais tempo.
Portanto, se o consumidor puder pagar suas dívidas e empréstimos, pague. Além disso, poupe o máximo possível, porque o cenário ainda encontra-se instável e o cenário externo pode abalar o cenário interno.