Números revelados na terça-feira (15) mostram que o brasileiro nunca comprou tanto em sites estrangeiros como Shein, AliExpress, Wish, Shopee ou Amazon. De acordo com a instituição, nos últimos cinco anos, as compras via e-commerce de países estrangeiros cresceu 150%. Segundo o levantamento, em 2022, por exemplo, foram mais de 176 milhões de volumes importados entre itens tributáveis e isentos (como cartas e documentos), o que demanda uma estrutura de logística complexa.
IMPOSTOS para compras na Shein; Aprenda a calcular
Conforme mostra uma reportagem publicada nesta terça pelo jornal “Folha de S. Paulo”, em meio à disputa pelo frete mais rápido e para acomodar os produtos vendidos, as empresas do segmento estão cada vez mais investindo em galpões gigantescos como centros de distribuição, parcerias com empresas de logística internacional e ampliação da frota própria de aviões.
Uma dessas empresas é a AliExpress. Hoje, a marca de e-commerce do grupo chinês Alibaba tem no Brasil uma das suas principais operações no mundo, o que levou a companhia ampliar sua malha logística por aqui. No ano de 2021, a empresa contava com cinco voos semanais. No ano passado, por exemplo, este número já estava em oito.
Diferentemente da AliExpress, a Shein não tem uma operação de entrega sua e, por isso, utiliza os serviços de transporte de cargas do Brasil. Apesar disso, a empresa tem investido em galpões logísticos na região, principalmente após o anúncio de nacionalização da produção, que até então era toda feita na China.
Atualmente, conforme o jornal citado, além da parceria com as fábricas da Coteminas, a chinesa também se uniu à plataforma de entregas Pegaki para escoar a produção local – a empresa em questão tem cinco centros de distribuição, que juntos somam cerca de 200.000m² de área de armazenamento.
Hoje, os produtos estrangeiros no Brasil são divididos no Brasil em dois tipos de remessa: expressa e postal. Essa primeira é a mais comum e é feita por empresas, enquanto a segunda é a mais utilizada por pessoas físicas em compras de e-commerce.
De acordo com o relatório da Receita Federal, para os mais de 176 milhões de volumes importados em 2022, foram emitidas 3,4 milhões de declarações de importação de remessa (DIR), que juntas totalizam mais de US$ 245 milhões, um montante que representou crescimento de 32% em comparação com 2021.
Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Ulysses Reis, que é especialista em varejo da Strong Business School (SBS), afirmou que o relatório da Receita Federal mostra que as marcar estrangeiras do comércio virtual estão tentando expandir sua base de consumidores no País. Esse crescimento começou a ser trabalhado há anos. Todavia, ele acabou se intensificando, de fato, nos últimos três anos. “O boom do e-commerce na pandemia está ligado à mudança de comportamento de consumo dos brasileiros”, relatou o especialista.
Leia também: Conta de Luz mais CARA: Aneel prevê aumento de 16% na fatura; confira