A ausência de recadastramento no Auxílio Brasil no município de Santa Cruz do Sul (RS), fez com que o local deixasse de receber R$ 290 mil por mês.
Por meio da Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte (Sehase), a prefeitura faz campanhas para que as famílias realizem o recadastramento no benefício.
Isso é necessário pois muitos cadastros estão desatualizados ou possuem inconsistências quando comparados a registros administrativos. A falta do recadastramento no Auxílio Brasil gera problemas para as famílias inscritas.
723 famílias que receberam o benefício social, deixaram de receber aproximadamente R$ 290 mil.
Cadastro Único
Segundo os dados da Prefeitura de Santa Cruz, 5.949 famílias estavam inseridas no Cadastro Único em 2010. Em 2022, o número foi para 9.831, um aumento de 39,49% na demanda.
Destas 9.831 famílias inscritas, 4.378 recebem o Auxílio Brasil. Entretanto, 723 ainda não são beneficiárias pois estão com o cadastro desatualizado.
O valor total do Auxílio Brasil pago em Santa Cruz do Sul, em maio, foi de R$ 737.413,00. A renda necessária para poder receber o benefício é de R$ 105,00 até R$ 210,00 per capita.
De acordo com o titular da Sehase, a Prefeitura está realizando uma busca ativa para localizar as 723 famílias que poderiam fazer uso do auxílio, mas não recebem.
“Esse benefício auxiliaria na circulação de dinheiro na economia do Município, além de ser um valor importante para as pessoas que precisam e têm direito a ele, mas não estão recebendo. O Cadastro Único é a porta de entrada para os programas sociais do governo. E os dados também são importantes para o próprio controle da Prefeitura”, ressalta Bello.
Os funcionários da Sehase estão passando por capacitações para orientar as famílias. Assim, os resultados poderão ser monitorados semanalmente.
“Nossa intenção é chegar até os bairros e fazer o chamamento para que as pessoas procurem os Cras e atualizem o cadastro. Serão usados meios de divulgação, como panfletagem e carro de som pelos bairros”, afirma o secretário.
As famílias devem procurar os respectivos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), portando a documentação solicitada. Confira os locais:
- Cras Beatriz Frantz Jungblut, no Bairro Santa Vitória. Atende os bairros Faxinal Menino Deus, Dona Carlota, Loteamento Santa Maria, Loteamento Viver Bem, Beckenkamp e Santa Vitória. O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira, das 8 horas às 11h30 e das 13 horas às 15h30.
- Cras Integrar, no Bairro Bom Jesus. Atende os bairros Pedreira, Schulz, Santuário, Senai, Loteamento Mãe de Deus e Bom Jesus. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, sempre na parte da manhã, das 8 horas ao meio-dia.
- Cras Central, que atende os demais bairros e interior. O horário é de segunda a sexta, das 8 horas às 11 horas e das 13 horas às 16 horas. Também há uma equipe volante que atende o interior uma vez por mês em cada local: Rio Pardinho (junto à ESF Rio Pardinho), Alto Paredão (junto à ESF Alto Paredão) e Monte Alverne (junto à subprefeitura).
Recadastramento do Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil é o programa de transferência de renda que substitui o Programa Bolsa Família em novembro de 2021. Atualmente o piso do benefício é de R$ 400 e o ticket é pago mensalmente às famílias aptas ao recebimento.
Para receber o principal benefício do atual Governo Federal é necessário estar inscrito no CadÚnico, base de dados governamental. Além disso, é preciso estar dentro das faixas de pobreza e extrema pobreza.
Famílias beneficiárias que possuem membros que iniciaram a atuação no mercado de trabalho podem seguir recebendo o Auxílio durante 24 meses. A estratégia se chama “regra de emancipação”.
O Auxílio Brasil é marca do Governo e da nova campanha de Jair Bolsonaro. O presidente aposta no benefício para angariar os votos da população vulnerável. Entretanto, as medidas estratégias não estão dando tantos frutos como esperado.
A maior medida tomada até o momento foi a troca de cartões do programa. O objetivo é tirar o nome “Bolsa Família” e colocar “Auxílio Brasil”. No entanto, devido ao alto custo para realizar a ação, a medida não é bem vista.
Enquanto Bolsonaro e equipe criam estratégias eleitorais, a fila de espera para entrar no Auxílio Brasil só cresce. Segundo boa parte dos próprios beneficiários, os valores concedidos também não influenciam nas intenções de voto.