Nem todo mundo está por dentro do mundo financeiro, mas o próximo ano deverá marcar o início de uma nova era no Brasil. A saber, o Banco Central (BC) continua trabalhando para lançar a futura moeda digital do país, o Real Digital.
Em resumo, a moeda digital deverá funcionar como uma extensão do nosso papel moeda nos próximos anos. Os testes deverão começar no segundo trimestre de 2023, e se estenderam até o final de 2024.
Aliás, a moeda digital representa a modernização do sistema bancário e de pagamentos no Brasil e consiste em um estágio além do Pix, segundo Fábio Araújo, coordenador do projeto.
A propósito, o real digital é mais um passo do BC para fomentar o desenvolvimento e a digitalização do mercado financeiro do país. Na verdade, a moeda digital é a próxima inciativa da entidade financeira, que já recebeu aprovação da maioria da população em relação ao Pix.
“Quando se olha hoje para os serviços que estão disponíveis dentro do ambiente de finanças descentralizadas (DeFi), estão muito focados apenas em reproduzir o ambiente de criptomoedas”, disse Fábio Araújo.
“O BC quer que essas tecnologias possam ser usadas para produtos financeiros mais tradicionais, para mover recursos dentro da economia real, para financiar a atividade econômica, para levar esses serviços para pequenas e médias empresas e para o uso do dia a dia das pessoas”, acrescentou.
AS declarações de Fábio Araújo foram feitas no Congresso Latino-Americano de Educação e Inclusão Financeira (CLEIF), no final de setembro.
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Real digital promoverá a inclusão financeira no país
Ainda segundo o coordenado do projeto do real digital no BC, a proposta é que esse serviço fique “à disposição de todos, das fintechs, dos regulados, sendo uma oportunidade para inclusão financeira, com transparência, e execução não discriminatória através de algoritmos e de smart contracts [contratos inteligentes]”.
Além disso, Araújo disse que a ferramenta trará “uma possibilidade muito grande de inclusão financeira, principalmente em relação à redução da sub-bancarização”. De acordo com ele, isso dará “acesso a serviços financeiros que as pessoas ainda não têm, através dos sistemas que o real digital pode oferecer”.
Por fim, ele ressaltou a adoção do Pix pela população, que vem aprovando as inovações desenvolvidas pelo BC. “Isso cria um relacionamento digital entre as pessoas e os provedores de produtos financeiros, que é intensificado pelo ‘open finance’, com o compartilhamento de dados e de perfis de demanda”, finalizou.
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