Há poucos dias, o Banco Central anunciou que o nome da moeda digital brasileira será Drex, que também é conhecida como Real Digital. É importante esclarecer que, com a plataforma em fase de testes desde março e as primeiras operações simuladas previstas para setembro, o Real Digital tem como finalidade ampliar as possibilidades de negócios, estimulando a inclusão financeira no país.
Saiba o que é o Drex
Antes de tudo, o Drex funcionará como uma versão eletrônica do papel-moeda, onde utilizará a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas. Nesse sentido, classificada como Central Bank Digital Currency (CBDC), a ferramenta terá seu valor garantido pela autoridade monetária, onde cada R$ 1 será equivalente a 1 Drex. Em suma, a tecnologia blockchain é considerada à prova de hackers e consiste em um banco de dados ou livro-razão com dados inseridos e transmitidos de forma segura, rápida e transparente.
Entenda as Diferenças em Relação às Criptomoedas
A saber, uma das principais diferenças entre o Drex e as criptomoedas é que obedecem à lei da demanda e da oferta, onde seu valor flutua diariamente. Assim, como não possuem garantia de bancos centrais e governos, a cotação das criptomoedas tende a oscilar bastante e pode causar perdas expressivas de valor. No caso, porém, do CBDC, como é o caso do Drex, oscila de acordo com a taxa diária de câmbio, determinada pelos fundamentos e políticas econômicas do país. Do mesmo modo, o Drex é produzido pelo Banco Central e possui paridade em relação ao Real.
Veja também as Diferenças em Relação ao Pix
Ainda que o Drex possa ser considerado um primo do Pix, pelo fato de permitir pagamentos instantâneos entre instituições financeiras diferentes, ele funcionará de forma distinta. Resumindo, no Pix, a transferência ocorre em reais e obedece a limites de segurança impostos pelo Banco Central e pelas instituições financeiras. Entretanto, no caso do Drex, a transferência utilizará a tecnologia blockchain, que é a mesma das criptomoedas, permitindo transações com valores maiores.
Conheça os serviços executados com o Drex
Acima de tudo, o Drex possibilitará a realização de diversos serviços financeiros, como por exemplo, transferências, pagamentos, bem como a compra de títulos públicos. Da mesma maneira, consórcios habilitados pelo Banco Central poderão desenvolver mais possibilidades, como o pagamento de parcelas da casa própria, instantâneo, veículos, além de benefícios sociais. Vale destacar que as inovações foram anunciadas pelo consórcio formado pela Caixa Econômica Federal, Microsoft do Brasil e a bandeira de cartões de crédito Elo.
Entre as vantagens do Drex está o uso de contratos inteligentes. Portanto, na venda de um veículo, por exemplo, não haverá a discussão sobre quem deve depositar primeiro ou se o vendedor deve transferir os documentos antes de receber o dinheiro. Assim, o processo será feito instantaneamente, através de um contrato automatizado, onde reduzirá os custos com burocracias e intermediários, além de acelerar as operações.
Acesso ao Drex
É importante também deixar claro que o Drex será uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. Com isso, não terá acesso direto para o consumidor comum. Dessaforma, o cliente realizará operações com a moeda digital por meio de carteiras virtuais, operadas por bancos, fintechs, cooperativas, corretoras e outras instituições financeiras, sob a supervisão do Banco Central. Lembrado que as carteiras virtuais serão responsáveis por converter a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex. Isso significa que com a tokenização, o cliente poderá transferir a moeda digital por meio da tecnologia blockchain, e caberá ao receptor converter os Drex em reais e fazer a retirada.
Testes Realizados: Saiba mais
Ademais, o Banco Central escolheu a plataforma Hyperledger Besu para realizar os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Resumindo, a plataforma possui baixos custos de licença e royalties de tecnologia, pois opera com código aberto. Da mesma maneira, foram selecionados 16 consórcios para participar do projeto piloto, onde foram construídos sistemas a serem acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolvendo produtos financeiros e soluções tecnológicas.
Aliás, os testes com os consórcios ocorrerão com operações simuladas, testando a segurança e agilidade entre o Real Digital, bem como os depósitos tokenizados das instituições financeiras. Assim, o teste será feito em etapas até pelo menos fevereiro do próximo ano, visto que ocorrerão operações simuladas com títulos do Tesouro Nacional.
Ativos Testados
A saber, os ativos a serem testados no projeto piloto são os seguintes:
- Depósitos de contas de reservas bancárias;
- Contas de pagamento de instituições de pagamento;
- Depósitos de contas de liquidação;
- Depósitos da conta única do Tesouro Nacional;
- Depósitos bancários à vista;
- Títulos públicos federais.
Sobretudo, a previsão de chegada ao consumidor é no final de 2024 ou início de 2025. Mas, sem dúvidas, o Drex representa um avanço na digitalização das transações financeiras, onde proporcionará mais segurança, agilidade e ampliando as possibilidades de negócios no país.