Os trabalhadores do país seguem enfrentando dificuldades para conseguir pagar todas as contas no mês. A inflação do país não dá trégua e se mantém em patamares elevados. No entanto, os reajustes salariais seguem com variações bem menores que a taxa inflacionária.
De acordo com o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apenas 16,1% dos acordos e convenções coletivas realizados em março deste ano superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Aliás, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS.
Em resumo, o reajuste médio negociado ficou em 10,1% no mês passado. A taxa ficou levemente inferior ao INPC, cuja variação acumulada em 12 meses chegou a 10,8%.
Vale destacar que o resultado de março foi o mesmo dos últimos 12 meses. Isso porque os reajustes salariais das negociações no país tiveram aumento real mediano nulo ou negativo.
Veja mais detalhes do levantamento
Segundo a Fipe, o trabalhador no Brasil não está sendo beneficiado com nenhum aumento mediano real há mais de um ano nas negociações realizadas. Na verdade, desde setembro de 2020 que o índice da Fipe oscila de -1,4% a 0%, ou seja, os reajustes salariais não estão acompanhando o aumento do custo de vida no país.
A saber, o levantamento da Fipe também revelou que 34,1% dos reajustes salariais foram iguais ao INPC. No entanto, 49,9% das negociações resultaram em reajustes inferiores ao índice. Em outras palavras, as categorias trabalhistas do país não sabem o que um aumento real há muito tempo.
Por fim, o boletim Salariômetro analisa resultados de 40 negociações salariais coletivas no país. Inclusive, o levantamento coleta dados de negociações desde 2012. E isso acontece a partir de resultados divulgados no Portal Mediador, que é um sistema do Ministério da Economia.
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