A situação para os trabalhadores no Brasil não ficou fácil em 2021. As dificuldades para pagar as contas no mês afetaram boa parte da população. Aliás, enquanto a inflação do país alcançou os dois dígitos em 2021, os reajustes salariais tiveram variações menos intensas, pelo menos a maioria deles.
De acordo com o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 50,2% dos acordos e convenções coletivas realizados em dezembro de 2021 ficaram abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Aliás, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS.
A saber, apenas 18,6% dos reajustes em dezembro superaram a inflação medida pelo INPC. Enquanto isso, 31,1% dos reajustes ficaram iguais à variação da inflação no mês.
Em resumo, o reajuste médio negociado ficou em 9,5% em dezembro. No entanto, o INPC acumulado em 12 meses chegou a 11%, ou seja, 1,5 ponto percentual (p.p.) superior aos reajustes.
Com isso, o piso salarial mediano negociado em dezembro foi de R$ 1.318. Inclusive, esse é o mecanismo que corrige discrepâncias nos valores pagos aos trabalhadores. Já o piso médio do país ficou em R$ 1.435.
Veja mais detalhes dos reajustes em outubro
Segundo a Fipe, o trabalhador no Brasil não foi beneficiado com nenhum aumento mediano real nos últimos 16 meses nas negociações realizadas. Em suma, desde setembro de 2020 que o índice da Fipe oscila de -1,4% a 0%, ou seja, os reajustes salariais não estão acompanhando o aumento do custo de vida no país.
O boletim da Fipe também revelou que o reajuste mediano no país em 2021 foi de 6,5%. O resultado ficou abaixo da inflação média, algo que não aconteceu nos anos anteriores, visto que os reajustes em 2019 e 2020 ficaram empatados com a inflação.
Segundo a Fipe, o setor do comércio fechou o ano passado com um reajuste de 7,6%, mesmo percentual da construção civil e da indústria. Já a agropecuária teve um reajuste mediano de 6,2%, enquanto o setor de serviços teve o menor reajuste entre os setores pesquisados, de 5,5%.
Entre as regiões, os reajustes foram os seguintes: Sul (7,6%), Sudeste (6,9%), Norte (6%), Centro-Oeste (6%) e Nordeste (5,5%).
Por fim, o boletim Salariômetro analisa resultados de 40 negociações salariais coletivas no país. Inclusive, o levantamento coleta dados de negociações desde 2012. E isso acontece a partir de resultados divulgados no Portal Mediador, que é um sistema do Ministério da Economia.
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