A situação para os trabalhadores no Brasil não está fácil em 2022. As dificuldades para pagar as contas no mês afetaram boa parte da população. Aliás, enquanto a inflação do país continua bastante elevada, os reajustes salariais tiveram variações bem menos intensas no ano, pelo menos a maioria deles.
De acordo com o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 70,3% dos acordos e convenções coletivas realizados em julho deste ano ficaram abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Inclusive, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS.
A saber, apenas 25,3% dos reajustes realizados neste mês superaram a inflação medida pelo INPC. Enquanto isso, 4,4% dos reajustes ficaram iguais à variação da inflação no mês.
Em resumo, o piso salarial mediano negociado em julho foi de R$ 1.441. Inclusive, esse é o mecanismo que corrige discrepâncias nos valores pagos aos trabalhadores. Já o piso médio do país ficou em R$ 1.476, segundo os dados preliminares do levantamento. A propósito, houve 70 acordos neste mês, além de 21 convenções.
AUXÍLIO BRASIL de R$ 600 em 2023 é possível?
Real acumula desvalorização de 86% desde seu lançamento
Vale destacar que o aumento do custo de vida não é algo novo no país. A saber, o real brasileiro completou 28 anos de existência no Brasil neste mês. Essa notícia até pode ser comemorada, mas não a de que uma nota de R$ 100 perdeu 86,09% do seu poder de compra desde o lançamento do real.
Em suma, uma cédula de R$ 100 é capaz de comprar apenas R$ 13,91 do que era possível em 1994, descontada a inflação. Os dados fazem parte de cálculos do economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. E isso aconteceu porque a inflação acumulada no Brasil entre julho de 1994 e julho deste ano chegou a 653,06%.
Por fim, os brasileiros continuam sofrendo com o aumento dos preços de bens e serviços no país. Contudo, isso não é um fator recente, pelo contrário, afeta os consumidores há muitos anos. E a expectativa é que o custo de vida continue elevado no país até 2023, pelo menos.
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