A população do país ficou feliz com o fim da bandeira escassez hídrica na semana passada. No entanto, essa felicidade pode durar menos que o esperado, pelo menos para alguns consumidores. Isso porque os reajustes tarifários que acontecem anualmente já estão revertendo a redução de gastos esperada pela população.
Na verdade, as distribuidoras de energia elétrica do país promovem reajustes todos os anos de acordo com os seus custos. Isso quer dizer que as variações dependem de cada distribuidora, que reajustam os preços das contas para repassar ao consumidor a alta dos seus custos de produção.
Tudo isso só acontece com a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Aliás, a entidade já aprovou reajustes tarifários que variam de 7% a 24% em 2022. A saber, estas variações se referem aos clientes residenciais das distribuidoras de energia do país.
Por falar nisso, o reajuste mais expressivo aprovado neste ano foi o da empresa Enel Ceará (CE), de 23,99%. Em seguida, ficaram as empresas Neoenergia Coelba (BA), de 20,73%, Energisa Mato Grosso (MT), de 20,36%, Neoenergia Cosern (RN), de 19,87%, Energisa Mato Grosso do Sul (MS), de 16,83%, e Energisa Sergipe (SE), de 16,46%.
Por outro lado, o menor reajuste foi o da CPFL Santa Cruz (SP, MG e PR), de 7,17%.
Dezenas de outras distribuidoras do país ainda deverão ter seus reajustes aprovados pela Aneel no decorrer do ano. Em outras palavras, a economia que muita gente acreditava que teria com a redução da cobrança extra talvez não se concretize.
Aneel afirma que bandeira verde deverá anular reajustes
Como diz o ditado, a esperança é a última que morre. De acordo com a Aneel, estes reajustes não deverão ser sentidos pela população devido ao fim da bandeira escassez hídrica. Por exemplo, o reajuste aprovado de 23,99% em relação à Enel Ceará resultará em um efeito tarifário de apenas 0,09%, segundo a Aneel.
Já no caso da Energisa Sergipe, o reajuste de 16,46% terá um impacto tarifário negativo para o consumidor. Em resumo, ao considerar o fim da bandeira escassez hídrica, o consumidor residencial terá uma queda de 6,15% no valor da sua conta de luz, informa a Aneel.
Esse cenário pode ser visto de duas maneiras: ou a população foca na parte cheia do copo ou na vazia. Por um lado, a expectativa com a redução dos preços das contas de luz perde a sua força devido aos reajustes. Contudo, muitos podem focar no fato de que é melhor pagar menos, ou o mesmo valor, do que pagar mais caro. Resta decidir se é melhor ver o copo meio cheio ou meio vazio.
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