Nesta quarta-feira, 29, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), aprovou um calendário de paralisação dos servidores públicos, cujo propósito é defender o reajuste salarial para a classe. Está previsto para o mês de fevereiro, a realização de assembleias para debater uma possível paralisação unificada das categorias.
Por hora, ainda não há detalhes sobre quais categorias de servidores públicos entrarão em greve, nem mesmo o modo como as mobilizações serão feitas. No entanto, a expectativa é para que ocorram paralisações pontuais junto à entrega dos cargos. Uma atitude semelhante foi tomada pelos chefes da Receita Federal na última semana.
Foram mais de 500 chefes do Fisco que entregaram os postos segundo a contabilidade feita pelo Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco). O ato foi justificado pelo corte de verbas no Orçamento de 2022 para a Receita.
E não foi só isso, o setor foi afetado pela falta de uma regulamentação de um bônus para o setor. A iniciativa ainda inspirou os analistas tributários a aderirem ao movimento de entrega de cargos. Estes profissionais atuam na chefia de agências e equipes regionais.
A insatisfação dos funcionários de carreira que já tinham o costume de reclamar sobre a proposta da reforma administrativa amplamente defendida pelo poder Executivo no Congresso Nacional, apenas teve o poder de elevar a notícia de que o governo reservou uma quantia em dinheiro com o objetivo de reajustar o salário dos policiais. As outras categorias não foram incluídas nesta ação, incluindo os auditores da Receita Federal.
Eles, inclusive, já deram início a “operações tartarugas” em portos, aeroportos e fronteiras, entregando quase 800 cargos de confiança no total. Já os servidores públicos que atuam em cargos de chefia em órgãos como o Banco Central, Secretaria do Tesouro e Controladoria-Geral da União, começaram debates sobre a entrega dos postos com previsão para os primeiros dias de 2022.
A informação é do presidente da Fonacate, Rudinei Marques, que estima, aproximadamente, o abandono de cinco mil postos caso todo o funcionalismo público federal opte por aderir ao movimento. Enquanto isso, para o presidente do Sindilegis e integrante da Fonacate, Alison Souza, ainda é muito cedo para definir uma greve.
Contudo, afirma ser inegável o fato de que o anúncio sobre o reajuste salarial exclusivo para os funcionários da segurança pública deixou a categoria inquieta. “Falar que vai ter greve é algo muito forte para o momento. Há uma revolta muito grande dos servidores e o aumento para os policiais, sem que fôssemos incluídos, foi como acender um fósforo em um barril de querosene. O que posso dizer é que, se nada for feito até março, certamente teremos a possibilidade de uma greve”, declarou.
Ele teve a oportunidade de participar de uma reunião com os presidentes de 37 entidades de classe que representam os servidores públicos. O encontro teve por objetivo discutir a campanha sobre a reposição salarial.
Na ocasião foram feitas reclamações relacionadas à falta de diálogo entre o governo do atual presidente e os funcionários públicos federais. Ele ainda completou dizendo que este é um governo marcado pela ausência de diálogo e transparência.