Raphael Warnock escreveu seu nome na história na madrugada desta quarta-feira (6). É que ele se tornou o primeiro senador negro da história da Geórgia. Mas não é só isso. Ele também é o primeiro senador negro de um estado da faixa sul dos Estados Unidos.
Para quem não sabe, a faixa sul dos Estados Unidos se forma pelos estados que tiveram uma forte dose de discriminação racial no decorrer dos anos. São estados onde as marcas da segregação estão vivas até nos dias de hoje.
Warnock venceu a republicana Kelly Loeffer e pavimentou o caminho para que os democratas tenham o controle do Senado. Para isso, no entanto, os democratas precisam vencer a outra disputa em questão.
Warnock é pastor da Igreja Batista Ebenézer. Essa é a mesma congregação onde outro pastor famoso fez história: Martin Luther King Jr, que morreu em 1968. Durante toda a sua vida, o “Dr King” lutou pacificamente contra a segregação racial nos Estados Unidos.
Warnock
Já Warnock parece ser um pouco mais enérgico nas suas ideias. Ele já foi preso duas vezes quando participava de protestos sociais nos Estados Unidos. Em seu discurso de vitória ele adotou um tom conciliador, como fez também o presidente eleito Joe Biden.
“Eu irei para o Senado para trabalhar pela Geórgia inteira, não importa em quem você votou nesta eleição”, disse Warnock em seu primeiro discurso. Sua vitória veio depois de uma eleição extremamente polarizada. Ele venceu por cerca de 53 mil votos. Até a publicação desta matéria a apuração não tinha chegado ao fim.
Aliás, antes da eleição, o agora senador recebeu críticas duras do presidente Donald Trump nas redes sociais. “Warnock é o candidato de esquerda mais radical e perigoso a buscar esse cargo, e certamente portanto não tem os valores da Geórgia”, disse o presidente.