O senador Randolfe Rodrigues (Rede) enviou nesta sexta-feira (08) um pedido à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na solicitação, o parlamentar pede que a integrante da Corte determine que o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, preste depoimento e explique sobre os e-mails enviados enquanto ele era chefe da Casa Civil e teria pedido para que o Ministério da Educação (MEC) recebesse pastores.
Esse pedido de Randolfe Rodrigues acontece por conta de uma matéria publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, que mostrou que, em janeiro do ano passado, o ex-ministro encaminhou um e-mail ao Ministério da Educação pedindo para que fosse feita uma audiência em nome do pastor Arilton Moura.
No pedido, Randolfe Rodrigues lembrou que Arilton Moura é o mesmo pastor preso no último dia 22 acusado de ter sido o líder de um esquema de liberação de verbas do MEC e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – além dele, outras quatro pessoas foram presas, incluindo o ex-ministro do MEC, Milton Ribeiro.
“Apesar de terem sido liberados no dia seguinte por decisão do TRF-1, novos fatos vão surgindo sobre o caso, demonstrando o envolvimento direto desses atores em crimes, bem como a participação direta de Jair Bolsonaro (PL) na obtenção de informações sobre as investigações e o seu repasse ao ex-ministro”, afirmou Randolfe Rodrigues.
Outro pedido ao STF
Este não deve ser o único pedido de Randolfe Rodrigues feito ao STF nos próximos dias. Isso porque ele, que é líder da minoria no Senado, já avisou que pretende acionar a Corte até o final da semana para assegurar a realização da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como foco investigar os escândalos do MEC.
Esse pedido vai acontecer porque, no meio da semana, Rodrigo Pacheco (PSD), apesar de ter lido o requerimento que marca a abertura da CPI, afirmou que a comissão só irá funcionar depois das eleições de outubro. Para Randolfe Rodrigues, tal decisão acaba afetando o direito da minoria do Senado.
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