O programa Desenrola Brasil, uma iniciativa do governo federal para reestruturar dívidas, apresenta um risco substancial. Esse risco pode materializar-se se os milhões de brasileiros que estão recuperando sua ‘credibilidade financeira’, após regularizarem suas situações com o Desenrola, não aprenderem a gerenciar suas finanças de forma responsável.
No primeiro mês de sua implementação, o programa registrou um volume financeiro de R$ 9,5 bilhões em negociações, especialmente na Faixa 2. Nessa faixa, as dívidas bancárias são reestruturadas diretamente com as instituições financeiras em condições especiais. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou esses números recentemente.
A Febraban explica que essa faixa abrange dívidas bancárias de indivíduos com renda mensal superior a 2 salários mínimos, porém menor que R$ 20 mil, que não estão cadastrados no Cadastro Único do Governo Federal.
Em setembro, a segunda fase do programa beneficiará consumidores com renda de até dois salários mínimos ou que estejam cadastrados no Cadastro Único. Esse grupo, caracterizado como de baixa renda, terá a oportunidade de reestruturar dívidas de até R$ 5 mil, abrangendo diversas categorias.
Apesar do êxito do Desenrola Brasil, é essencial proceder com cautela. Sem um planejamento financeiro sólido, a sensação de alívio pode ser efêmera, resultando em um possível retorno à situação endividada.
Após aderir ao Desenrola, é importante salientar que as instituições financeiras eliminaram as pendências registradas até o valor estipulado, mas as dívidas não foram apagadas, continuando a acumular juros.
A Importância do Planejamento e Controle Financeiro Após a Reestruturação pelo Desenrola Brasil
Segundo a Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, o planejamento é um processo fundamental para atingir metas financeiras através da gestão criteriosa dos recursos disponíveis. Um bom planejamento proporciona uma compreensão abrangente das finanças, promovendo uma vida mais tranquila.
Por outro lado, o controle financeiro abarca os métodos utilizados para avaliar, administrar, documentar e reportar transações financeiras. Ele assegura a implementação bem-sucedida do planejamento.
O termo “planejamento e controle financeiro” muitas vezes evoca a ideia de restrições orçamentárias. No entanto, o processo é exatamente o contrário.
Após regularizar sua situação com o Desenrola Brasil, o passo inicial é liquidar a dívida. O objetivo é evitar reincidir na mesma situação endividada após a reestruturação.
Para aqueles que optaram pelo parcelamento, é fundamental honrar os acordos renegociados. O foco inicial deve ser quitar esses compromissos.
Estratégias para Superar o Endividamento após Regularizar a Situação com o Desenrola Brasil
O endividamento é uma realidade comum na população brasileira, com mais de 70 milhões de pessoas ainda enfrentando inadimplência, de acordo com a Serasa.
Aqui estão algumas orientações para organizar suas finanças e evitar cair na armadilha do endividamento:
- Mantenha um registro detalhado de todas as transações para um controle eficaz das finanças.
- Estabeleça metas de pagamento como parte de um planejamento financeiro mais sólido.
- Organize seu orçamento através de aplicativos, planilhas ou anotações.
- Elimine gastos supérfluos enquanto estiver em fase de quitação de dívidas.
- Busque fontes de renda adicionais, pois cortar despesas pode não ser suficiente, e mesmo com cortes rigorosos, ainda pode haver deficiência financeira.
- Negocie com seus credores, uma vez que ter recursos em mãos facilita as negociações e possibilita a obtenção de descontos.
- Priorize o pagamento das dívidas com os maiores juros, caso tenha mais de uma obrigação pendente.
Manter o equilíbrio financeiro requer prudência, planejamento e ação consciente. A reestruturação oferecida pelo Desenrola Brasil é uma oportunidade valiosa para se reerguer, desde que acompanhada de responsabilidade financeira contínua.
Sucesso Notável do Programa Desenrola Brasil!
No decorrer do primeiro mês do programa Desenrola Brasil, um feito notável foi alcançado: foram consolidados acordos no montante de R$ 9,5 bilhões em dívidas, conforme comunicado da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgado nesta terça-feira (22).
Essa conquista está diretamente associada à categoria do programa denominada ‘faixa 2’, na qual indivíduos que possuem débitos junto a instituições bancárias negociam diretamente com as respectivas entidades.
A mencionada faixa engloba aqueles com renda mensal situada entre dois salários mínimos (R$ 2.640) e R$ 20 mil, excluindo aqueles que não se encontram registrados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Ademais, a Febraban também enfatizou que, entre os dias 17 de julho e 18 de agosto, um total de aproximadamente 1,5 milhão de acordos de dívidas foram formalizados, beneficiando 1,1 milhão de clientes bancários. Os cidadãos brasileiros têm a oportunidade de participar do programa até o dia 31 de dezembro.
Nesse período, as instituições financeiras também realizarão automaticamente a remoção da lista de devedores de aproximadamente 6 milhões de clientes com dívidas bancárias inferiores a R$ 100. A Febraban esclareceu que cada banco emprega sua própria estratégia, o que pode resultar em variações nas negociações em cada caso específico.