O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta segunda-feira (10) como será o dia seguinte ao segundo turno das eleições, marcado para o próximo dia 30 de outubro, último domingo do mês. De acordo com o petista, após o anúncio de quem vencer, não irá mais existir “bolsonarista ou lulista”, “quem ganhou governa, quem perdeu chora”.
A declaração de Lula aconteceu durante uma entrevista à “Rádio Tupi”, do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele foi questionado sobre como pretende lidar com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) caso ele vença às eleições para presidente. “Ganhando a eleição, quem ganhou toma posse e vai governar. Quem perdeu vai lamentar e se preparar para outra eleição”, começou Lula.
Segundo o ex-presidente, foi assim que ele fez em três ocasiões: 1989, 1994 e 1998, pleitos que o petista foi derrotado. “Ou seja, a eleição termina no dia 30. A hora que fechar a urna e anunciar, terminou. Não tem mais bolsonarista ou lulista, flamenguista ou vascaíno, corintiano ou palmeirense. Numa sociedade civilizada, disputa da forma mais democrática possível, briga pelo seu candidato, luta pelo seu candidato, acabadas as eleições, tem o resultado. Quem ganhou governa, quem perdeu chora. É assim. Simples assim”, afirmou.
Como citado, o segundo turno está marcado para o próximo dia 30. No primeiro turno, o petista venceu a disputa obtendo 57 milhões de votos (48,4%). Bolsonaro somou 51 milhões de votos (43,2%). Juntos, os dois candidatos receberam cerca de 108 milhões de votos, 91,6% do total, atestando que a disputa estava polarizada entre a dupla.
Carta de Lula aos evangélicos
Neste começo de campanha para o segundo turno, Lula tem como um de seus focos recrutar apoio dos evangélicos, um dos segmentos que mais o rejeitam. Nesta segunda, estava marcada a publicação de uma carta do petista com acenos ao público em questão. Todavia, a publicação do documento foi adiada para o próximo sábado (15).
Desde o começo das eleições, apoiadores de Bolsonaro têm disseminado fake news contra Lula entre os evangélicos, parte considerável do apoio político do atual presidente. De acordo com o jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, esse adiamento se deu, segundo a equipe de Lula, para ser possível “terminar alguns pontos, além de avaliar que o ‘timing’ será melhor para a agenda do ex-presidente.
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