Integrantes que cuidam da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta ser reeleito no cargo, avaliam que o segundo turno da eleição presidencial ainda está “em aberto”. Nesse sentido, hoje, há o entendimento na cúpula do chefe do Executivo que vencerá o pleito, marcado para o próximo dia 30, quem “errar menos” nas próximas semanas.
Especialista diz que tom agressivo de campanhas pode aumentar abstenção no 2º turno
De acordo com o mais recente levantamento revelado pelo instituto Ipec, Bolsonaro está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenções de votos. Enquanto o petista está com 51% das intenções de voto, 55% dos votos válidos, Bolsonaro está com 42%, 45% dos votos válidos.
Segundo o jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, em informação divulgada nesta quinta-feira (13), a equipe de campanha de Bolsonaro, ciente do que pode resolver o pleito, tem tentando fazer com que o chefe do Executivo evite cometer alguns erros que foram cometidos no primeiro turno.
Como exemplo, revela Valdo Cruz, a equipe de Bolsonaro lembra que o presidente errou ao tornar a fazer ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao conceder uma entrevista no Palácio da Alvorada em um tom bem acima do normal das últimas semanas.
Para os aliados do chefe do Executivo, situações como essas são totalmente prejudiciais ao presidente, visto que pesquisas internas já mostraram que, por exemplo, ataques ao STF fazem com que o percentual de rejeição dele suba, principalmente entre as mulheres.
Na semana passada, para tentar mostrar um arrependimento, o horário eleitoral de Bolsonaro mostrou ele dizendo que, se o eleitor ficou chateado com algo que ele disse, pede desculpas. Segundo Valdo Cruz, a ação no horário eleitoral foi uma espécie de “vacina” para tentar contornar a situação.
“O problema é que o comitê trabalha para mostrar um Bolsonaro mais sereno, sóbrio, tranquilo, dá conselhos para que siga nesta linha, mas ele acaba, muitas vezes, indo para o outro lado, dando ouvidos à sua ala mais radical”, disse um assessor presidencial em entrevista ao jornalista da “Globo News”.
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