O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tornou a criticar a taxa de juros praticada hoje no país e ainda disparou que não há “nenhuma explicação histórica” para o Brasil ter “os juros mais altos do mundo”. A declaração foi feita em uma visita à fábrica da Stellantis, no polo automotivo de Goiana, na zona da Mata Norte de Pernambuco.
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Durante a visita, Lula questionou os motivos que levaram a taxa de juros brasileira ao patamar de 13,75%. Além disso, o chefe do Executivo chegou a questionar “quem é que ganha com isso e quem é que perde?”. Ao responder a pergunta, ele disse que quem perde é o povo brasileiro.
“Quem perde nós sabemos que é povo brasileiro, que é o empresário que quer investir, que é o pequeno e médio empreendedor, que são as pessoas que querem tomar R$ 200 emprestado, R$ 500 emprestado para fazer um carrinho para vender cachorro-quente e pipoca, que quer montar um salão de beleza, ele precisa ter acesso ao dinheiro e ele só pode ter acesso se o dinheiro for barato porque se for caro as pessoas não tomam dinheiro emprestado”, disse.
Em outro momento, o presidente da República relembrou que dados do governo federal mostram que, atualmente, o Brasil tem 70 milhões de pessoas inadimplentes. “Estão pendurados no Serasa, pessoas que fizeram dívida para comer e utilizaram o cartão de crédito para comer a que agora não podem pagar”, disse ele.
Essa declaração aconteceu no mesmo dia em que a gestão de Lula conseguiu a aprovação de uma Medida Provisória que institui o Desenrola Brasil. O programa, que já está publicado no Diário da União (DOU), tem como foco a renegociação de dívidas para pessoas físicas.
De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o programa só deve ter início em julho. Ainda conforme ele, é importante ressaltar que o sucesso da medida depende da adesão de credores e devedores. A abertura do sistema para credores ocorrerá em julho, por razões “burocráticas”.
“Vamos refinanciar para o devedor, mas o credor não vai ter que ficar esperando o pagamento. Ele vai ter a certeza do recebimento. Queremos melhorar as condições de descontos dos credores e facilitar a vida dos devedores”, disse o ministro, explicando ainda que foram criadas duas faixas para os interessados em aderir ao programa. Na primeira, o governo dará garantias aos credores e condições de pagamento facilitadas para os devedores e, na segunda, o governo dará incentivos aos bancos que aderirem ao programa.
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