O ex-funcionário de Flávio Bolsonaro (Patriotas – RJ), Fabrício Queiroz, postou foto em suas redes sociais, onde aparece com Bolsonaro e mais três aliados do presidente. A postagem ocorreu nesse domingo (25) e também veio acompanhada de indiretas ressentidas.
Na imagem compartilhada, Queiroz aparece com o chefe do executivo e três pessoas próximas: o deputado Hélio Negão, o assessor presidencial Max de Moura e o assessor de Flávio Bolsonaro Fernando Nascimento Pessoa, investigado no inquérito das fake news.
“É! Faz tempo que eu não existo pra esses 3 papagaios aí ! (águas de salsichas) literalmente!!! Vida segue….”, escreveu Queiroz em publicação no Facebook.
Nos comentários, ele respondeu alguns internautas. “Faz parte RS!”, comentou um seguidor de Queiroz e ele rebateu: “Faz falta de caráter isso sim!!”
“Quem é de verdade sabe quem é de mentira”, disse outro internauta. “Bando de pela saco!”, respondeu Queiroz.
O termo “papagaio”, usado por ele, significa que Queiroz está se referindo aos três homens da foto, excluindo o presidente da “indireta”. Nesse caso, tudo indica que ele mantém contato com Bolsonaro, após as acusações de corrupção.
Queiroz foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no processo das “rachadinhas” com o filho do presidente.
Operação Furna da Onça e a investigação de Queiroz
A Operação teve início no final de 2018, quando o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) expediu 19 mandados de prisão temporária, 3 de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão. O objetivo é investigar a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Além da delação premiada de Carlos Miranda, os doleiros Cláudio Barbosa e Vinícius Claret também entregaram provas que colaboraram com as investigações. Um grupo de parlamentares supostamente recebia alguns milhares de reais do grupo político de Sérgio Cabral em troca de apoio parlamentar.
Por conta disso, em 2018 o MPF protocolou no TRF-2 uma denúncia contra 29 pessoas suspeitas, entre eles os 10 deputados estaduais alvos da operação; o ex-governador fluminense Sérgio Cabral; ex-secretários estaduais; atuais e ex-assessores de gabinetes da Alerj; e gestores da cúpula do Detran-RJ.
Ainda nesse mesmo ano, o MPF levou à investigação um relatório de 422 páginas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que explicava a origem da Operação Furna da Onça. O documento levava a investigação até Queiroz e, por consequência, à família Bolsonaro. Outros 470 funcionários e ex-servidores da Alerj também aparecem no relatório, na condição de remetentes ou destinatários de recursos. As operações suspeitas totalizam mais de R$ 207 milhões.
Leia também: STF pode arquivar investigação de Queiroz