“A pressa é inimiga da perfeição”. Isso é o que comentou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta segunda-feira (20), ao ser novamente questionado sobre a vacinação de crianças.
“O principal é a segurança. No ano de 2021, considerando o pico, onde houve 4000 óbitos, crianças de 5 a 11 anos, menos de 150 óbitos. Não que eu esteja menosprezando, cada vida é importante”, disse o chefe da pasta em coletiva de imprensa, em Brasília.
“Os pais terão a resposta no momento certo, sem açodamento”, disse o ministro, que após sua fala, foi rebatido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) que, em nota, afirmou que nenhuma doença foi mais letal que a Covid-19 em 2021, quando o assunto são crianças e adolescentes.
Além disso, dados da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 mostram que a afirmação de Queiroga sobre os 150 óbitos está errada. Isso porque, de acordo com a entidade, houve, na realidade, 1.449 mortes de crianças de 0 a 11 anos, sendo 301 entre as faixas de 5 a 11 desde início da epidemia.
Vacinação em crianças
Assim como vem publicando o Brasil123, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, na semana passada, que a vacina Pfizer seja aplicada em crianças de 5 a 11 anos. No entanto, o governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda não disse quando os imunizantes irão começar a ser aplicado nesta camada da população.
De acordo com o Ministério da Saúde, o órgão só terá uma posição sobre o tema no próximo dia 05 de janeiro. Isso, de acordo com a pasta, após a entidade fazer uma consulta pública e consultar a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 – a Câmara em questão já afirmou ser a favor da vacinação infantil.
Todavia, Queiroga afirmou que ficou sabendo da opinião da Câmara pela imprensa e que é necessário um posicionamento oficial sobre o tema. “É necessário que isso seja formalizado para o Ministério”, afirmou ele, ressaltando que “a sociedade científica não baliza conduta no Ministério da Saúde”.
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