O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou nesta sexta-feira (14) que a queda nos preços da economia registrada em junho trouxe um alívio para a baixa renda. Isso porque, de acordo com o instituto, as famílias mais pobres sentiram uma deflação mais acentuada em comparação com os demais grupos – os mais ricos, por exemplo, perceberam uma alta de preços em junho.
SERASA: alerta para quem tem dívidas há mais de 5 anos
De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, a taxa de inflação arrefeceu de uma alta de 0,33% em maio para uma queda de 0,16% no mês passado para o segmento familiar de renda muito baixa. Por outro lado, quando o assunto é o grupo de renda alta, notou-se a mudança de um recuo de preços de 0,08% em maio para uma alta de 0,10% em junho.
Conforme o levantamento publicado nesta sexta-feira, no mês passado, o principal alívio inflacionário partiu da queda nos preços dos alimentos para consumo no domicílio, grupo de despesas que pesa mais no orçamento dos mais pobres.
Segundo a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura do Ipea, o recuo dos preços de itens importantes, como cereais (-1,8%), carnes (-2,1%), leites e derivados (-1,3%), óleos e gorduras (-5,3%), frutas (-3,4%), hortaliças (-3,8%) e tubérculos (-0,76%), “gerou uma forte descompressão sobre os índices de inflação em junho, especialmente para as famílias com rendas mais baixas, dado o peso desses itens em suas cestas de consumo”.
Ainda de acordo com ela, a queda dos preços do grupo transportes também contribuiu de forma expressiva para o quadro de desinflação em junho, o que refletiu, em grande parte, na deflação de 1,9% dos combustíveis. “Por fim, ainda que em menor intensidade, o recuo de 1,2% dos preços dos eletroeletrônicos e de 1,6% dos artigos de cama, mesa e banho fizeram com que o grupo artigos de residência gerasse uma contribuição negativa à inflação no mês analisado para todas as faixas de renda”, completa a especialista.
Por outro lado, o relatório mostra que existiu uma pressão sobre a inflação em junho por conta dos reajustes na:
- Na energia elétrica (1,4%);
- Na taxa de água e esgoto (1,7%);
- E no condomínio (1,7%).
Por fim, o Ipea explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo instituto para se fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de uma alta de 0,23% em maio para um recuo de 0,08% em junho – hoje, levando em consideração o acumulado dos últimos 12 meses, o percentual ficou em 3,16% em junho.
Leia também: Nota Fiscal Paulista vai liberar R$ 32,5 milhões nos próximos dias; veja como resgatar