Quase quatro em cada dez reajustes salariais realizados em setembro no Brasil superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A saber, 39,6% dos acordos e convenções coletivas resultaram em ganhos reais para o trabalhador do país no nono mês de 2022.
Por outro lado, 22,4% dos reajustes salariais realizados em setembro ficaram abaixo do INPC, ou seja, ofereceram menor poder de compra aos trabalhadores. Já os 38% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC.
Todos estes dados fazem parte de um levantamento realizado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A saber, o INPC é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país. Assim, quanto mais alto estiver o indicador, maiores deverão ser os reajustes. E o contrário também acontece, com a inflação menor.
De acordo com o Dieese,” a variação real média em setembro ficou em 1,27%. Considerando apenas os reajustes abaixo da inflação, a variação real média foi de -1,64%”.
Esse percentual foi positivo para os trabalhadores do país. Contudo, o Dieese explicou que “o valor do reajuste necessário para “zerar” as perdas nas negociações com data-base em outubro é de 7,19%, segundo o INPC-IBGE”.
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Veja dados dos reajustes salariais acumulados em 2022
No acumulado do ano até setembro, apenas 21,6% dos reajustes salariais ficaram acima da inflação. Em contrapartida, 41,9% tiveram um valor inferior ao INPC, enquanto 36,5% dos acordos e convenções coletivas tiveram valor igual ao indicador.
Entre os segmentos pesquisados, a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país, chegando a 27,6% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram 32,2%, enquanto 40,2% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Por sua vez, apenas 20,7% dos reajustes do comércio superaram a inflação nos nove primeiros meses deste ano. As negociações que ficaram iguais ao INPC somaram 50,1%, e os 29,2% dos reajustes restantes ficaram inferiores ao índice.
Contudo, o destaque negativo nesse período foi o setor de serviços. Em suma, 50,6% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, ou seja, mais da metade dos trabalhadores do setor viram o seu poder de compra cada vez menor. A saber, 31,2% das negociações foram iguais ao INPC, enquanto apenas 18,2% superaram a inflação.
Por falar nisso, o INPC acumula alta de 7,19% em 12 meses até setembro. O índice se refere às famílias que têm rendimento mensal de um a cinco salários mínimos.
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