O número de pessoas que sofrem com uma renda muito baixa não para de crescer no Brasil. De acordo com o Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), quase um terço dos brasileiros tinha menos de R$ 500 para passar o mês.
A saber, 62,9 milhões de brasileiros tinham uma renda domiciliar per capita de até R$ 497 por mês no ano passado. Isso representa cerca de 29,6% da população do país.
Na comparação com 2019, houve um acréscimo de 9,6 milhões de pessoas nessa condição no Brasil. Em resumo, a pandemia da covid-19 ajudou a empurrar milhões de brasileiros para uma dura realidade financeira. Aliás, esse número de novos pobres no país corresponde quase à população total de Portugal (10,3 milhões).
“A pobreza nunca esteve tão alta no Brasil quanto em 2021, desde o começo da série histórica da PNADC [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua] em 2012, perfazendo uma década perdida”, afirmou o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social.
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Maranhão tem maior proporção de pobres
Segundo o Mapa da Nova Pobreza, o Maranhão foi a unidade da federação (UF) com a maior proporção de pobres do país. Em suma, 57,90% dos habitantes do estado nordestino eram considerados pobres. Por outro lado, Santa Catarina apresentou a menor taxa de pobreza no país (10,16%).
Vale destacar que o governo federal implementou o Auxílio Brasil em 2020 para reduzir os impactos provocados pelo coronavírus. Entre os estados, o benefício exerceu o maior impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão (4,69%). Aliás, o município Serrano do Maranhão teve o maior impacto do auxílio em seu PIB no território nacional, de 33,97%.
Entre todas as 27 UFs, Pernambuco apresentou o maior aumento percentual de novos pobres entre 2019 e 2021, de 8,14 pontos percentuais (p.p.). A saber, houve queda no percentual de apenas duas UFs no período: Tocantins (-0,95 p.p.) e Piauí (-0,03 p.p.).
Para mais detalhes da pesquisa, basta acessar o Mapa da Nova Pobreza clicando aqui.
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