Em alguns dias, está previsto que milhões de cidadãos brasileiros terão conhecimento exato da recomendação de valor para o salário mínimo 2024. De acordo com as normas legislativas, até o final deste mês de agosto, o Palácio do Planalto deve encaminhar ao Congresso Nacional seu plano de orçamento para o ano de 2024.
Esse plano orçamentário é um tipo de documento que engloba todas as previsões de despesas para o próximo ano. Portanto, o governo precisa antecipar qual será o montante a ser destinado ao salário mínimo.
Esse valor terá impacto nas finanças de numerosos trabalhadores com registro formal, assim como nos beneficiários aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Qual é o montante do salário mínimo?
Como mencionado, o plano de orçamento para o próximo ano ainda não foi oficialmente submetido pelo Governo Federal. No entanto, alguns meios de comunicação já estão divulgando essas informações. Conforme reportagens do jornal Folha de São Paulo, por exemplo, a proposta governamental é estabelecer um salário mínimo de R$ 1.421.
Esse valor seria calculado considerando a inflação do ano de 2023, juntamente com o Produto Interno Bruto (PIB) referente a dois anos anteriores. Trata-se de um aumento real, ou seja, um incremento acima da inflação, visando proporcionar aos trabalhadores um aumento no poder de compra. Mas quando isso teria início?
No entanto, quando exatamente os trabalhadores e beneficiários do INSS poderiam começar a receber o montante de R$ 1.421 em suas contas? Conforme a regra geral, será necessário aguardar um pouco mais para receber esses pagamentos reajustados. Afinal, o plano orçamentário que será apresentado este ano somente entrará em vigor a partir de 2024.
Portanto, o salário mínimo de R$ 1.421 só teria eficácia a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Praticamente a maioria dos trabalhadores só receberia esse valor em suas contas a partir de fevereiro, quando ocorrem os pagamentos referentes a janeiro, conforme os regulamentos da maioria das empresas.
Aprovação da Medida Provisória do salário mínimo
A incerteza acerca do pagamento do novo salário mínimo aumentou nas redes sociais nas últimas semanas. A razão para isso é que uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou uma Medida Provisória (MP) relacionada ao salário mínimo.
Essa medida estabelece três pontos fundamentais:
- A manutenção do valor atual do salário mínimo em R$ 1.320;
- A necessidade de aumentos reais para os futuros salários mínimos;
- A continuação da ampliação da isenção do imposto de renda para R$ 2,6 mil permanecerá em vigor na prática.
A MP aprovada na comissão mista estabelece, assim, que os próximos aumentos reais do salário serão aplicáveis nos anos subsequentes, e não imediatamente. Além disso, o documento também assegura que o valor atual será mantido até o final do ano, o que significa que não está previsto nenhum novo aumento até dezembro.
Um ponto crucial em toda essa narrativa merece destaque. A Medida Provisória (MP) mencionada nesse contexto deve ser aprovada até o fim deste mês de agosto para manter sua validade. A aprovação na comissão mista, composta por deputados e senadores, representou apenas o primeiro estágio dessa tramitação.
Agora, o documento precisa ser submetido às deliberações tanto no plenário da Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, a fim de adquirir vigência efetiva. Entretanto, surge um obstáculo: as recentes declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), têm gerado inquietação no governo federal.
O Palácio do Planalto avalia que, caso Lira não esteja em concordância com o conteúdo aprovado na comissão mista, surgirão consideráveis dificuldades para a aprovação dessa medida dentro do prazo estipulado.