Se acreditarmos na maioria das análises das recentes eleições no Brasil, a eleição de 2 de outubro parece ter duas conclusões conflitantes. Um deles, um movimento chamado bolsonarismo, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi o maior vencedor.
No entanto, apesar desses resultados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mais chances de estar no segundo turno da votação em 30 de outubro, segundo pesquisas de intenção de voto. Isso levanta a questão: qual o futuro do movimento bolsonarista?
Movimento bolsonarista
Em certo sentido, o movimento bolsonarista foi vitorioso nessa eleição, conquistando muitas cadeiras no Congresso brasileiro, e com alguns candidatos sendo eleitos governadores.O movimento bolsonarista começou como uma onda anti-PT e se desenvolveu em uma séria força política nacional. Mas como será o bolsonarismo se Bolsonaro não for mais o presidente do Brasil?
Os aliados de Bolsonaro permanecerão leais a ele, ou se tornarão neutros, independentes ou até mudarão de lado? Afinal, o Brasil é notório por mudar de partido, e essa tendência não deve mudar tão cedo.
Um golpe militar é possível?
Após o primeiro turno das eleições, algumas questões incertas permanecem sem resposta, incluindo se haverá protestos violentos após o segundo turno das eleições? Se Bolsonaro perder, ele vai se recusar a deixar a presidência? Haverá um golpe militar?
Essas previsões sombrias são comuns, mas muitas vezes exageradas. Não houve problemas com a eleição, nenhum sinal de violência ou concorrência desleal, e nenhum sinal de golpe militar. Lula obteve 48,43% dos votos, pouco abaixo do limite de 50% para uma vitória no primeiro turno, com Bolsonaro chegando perto com 43,20%.
A verdade é que os brasileiros estão cansados do ciclo constante de crises políticas, econômicas e sociais que assolam o país desde 2013. Cidadãos e agências governamentais estão lutando contra a recessão (COVID-19). Durante grande parte da última década, epidemias, desemprego, inflação, desvalorização da moeda e níveis de violência aumentaram.
Portanto, mesmo que Bolsonaro se recuse a renunciar à presidência, os brasileiros querem uma transferência pacífica de poder, uma visão compartilhada entre o Supremo Tribunal Federal, autoridades eleitorais e líderes políticos e militares.
O que esperar para o segundo turno?
A popularidade de Lula passou por muitos altos e baixos, desde ser o rosto do sucesso econômico do Brasil no início dos anos 2000 até um político manchado pela corrupção, preso em 2018.
Sua imagem é revivida em 2022 como um melhor substituto para Bolsonaro, tornando-o o primeiro candidato a receber mais votos do que o atual presidente brasileiro. Com isso, o próximo turno das eleições de 30 de outubro não será uma corrida presidencial, mas uma luta para consolidar o legado político.
Em suma, Lula está tentando restaurar seu status como um dos líderes mais populares da história do Brasil, enquanto Bolsonaro tenta garantir seu lugar como rosto do movimento conservador.