Se você está navegando em um navio no meio do mar em uma tempestade, qual destas duas ações iria preferir: realizar uma votação para escolher quem irá comandar ou buscar prevalecer aquele que sabe pilotar o navio? Platão não era muito favorável à ideia de democracia e argumentava que o conhecimento técnico é o mais importante em alguns momentos.
O grande filósofo de Atenas — o berço da democracia — abordou sobre o assunto em 2400 anos em um dos livros mais influentes da filosofia atualmente: o livro VI da República. Nele, aborda mais sobre os conceitos de justiça, virtude e educação. Foi uma das primeiras obras da área que foi escrita em formas de diálogos. As votações eram algo arriscado para o mesmo, principalmente porque o povo poderia ser influenciado por características irrelevantes ou que não possuem relações com o governo.
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Por exemplo, uma matéria do BBC News de 2017 aborda sobre o porquê cerca de 60% dos eleitores de Bolsonaro são jovens. Acredita-se que essa grande parcela tenha sido influenciada pelos vídeos e memes de “mitagem” em que o candidato apenas atacava de forma arrogante outros concorrentes, sequer apresentava argumentos.
Quem é que deveria governar, Platão?
Para o filósofo Platão, os filósofos seriam os ideais para estarem no lugar. Segundo ele, deve-se criar e ensinar a moral desde pequeno: a família deve educá-lo com um único objetivo. Para isso, seguindo a lógica, parece-se ser um modelo aristocrático “dos melhores para governar”. Poucos passam a vida se preparando para a liderança e, aqueles que passam, não devem ser corruptos. Vale ressaltar que, nos dias atuais, a ideia pode parecer de forma mais complexa de ser colocada em prática.
Ele argumenta que, mesmo assim, a sociedade estaria próxima a um colapso. Ele previu em sua obra que os filhos dos homens sábios poderiam ser corrompidos pelo prazer e privilégios, tornando-se uma oligarquia. Com a democracia em prática no Brasil, consegue-se utilizar o mesmo ensinamento em que são corrompidos.