Foi aprovada nesta quinta-feira (24), pelo Diretório Nacional do PT, uma resolução que tem por objetivo permitir que a legenda crie alianças com ex-adversários políticos. O intuito: derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL), na eleição deste ano.
De acordo com a jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, a decisão representou uma derrota para alguns membros do partido que são contrários à participação do ex-tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quem outrora não esteve conosco é mais do que bem-vindo a participar deste movimento que devolverá a cadeira de presidente da República ao povo brasileiro”, diz a resolução, que traz um trecho afirmando que é preciso “uma unidade da sociedade brasileira” para derrotar Bolsonaro.
“Uma unidade que tem seu conteúdo baseado no enfrentamento ao ódio, às desigualdades, à política genocida e à depredação ambiental de um governo que, em três anos, só promoveu destruição e retrocessos”, diz a resolução.
Essa foi a primeira vez que o diretório do partido se reuniu neste ano. Além da resolução, também foi aprovada a federação partidária que contará, além do PT, com as seguintes legendas: PV e PCdoB.
Reações contrárias à aliança com Alckmin
Segundo Andreia Sadi, pelo menos quatro correntes internas do PT se manifestaram contra à aproximação com partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Em um texto, esses grupos afirmaram que Geraldo Alckmin é um “golpista, neoliberal, um empecilho programático e um Temer em potencial”.
Nesta quinta, Lula defendeu a parceria e ainda relembrou que, enquanto foi presidente, teve José de Alencar como vice, alguém que ele não conhecia e hoje classifica como uma das “pessoas mais extraordinárias” que ele já conheceu.
“O fato de ser adversário não quer dizer que você é inimigo”, disse o ex-chefe do executivo, relatando que Alckmin está se filiando ao PSB e ele ainda está definindo a sua candidatura. “Se nos aliarmos e ganharmos as eleições, tenho certeza que podemos fazer um grande governo”, escreveu Lula.
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