Pessoas que fazem parte da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) temem que a ação do Partido Liberal (PL) impetrada na terça-feira (22) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação de parte dos votos das eleições acabe atrapalhando a transição de governo.
De acordo com informações do jornalista Valdo Cruz, da “Globo News” reveladas nesta quarta-feira (23), aliados de Lula avaliam que o processo, mesmo com pouca chance de avançar juridicamente, possa trazer instabilidade nas atividades da transição entre o governo do petista e a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Valdo Cruz, a estratégia de integrantes da equipe de Lula será, em um primeiro momento, aguardar que o partido de Bolsonaro responda a uma exigência feito pelo presidente do TSE Alexandre de Moraes. Em um despacho, Alexandre de Moraes determinou que a legenda deve ampliar o pedido de investigação para o primeiro turno, visto que as urnas eletrônicas usadas no segundo turno foram as mesmas.
Conforme o jornalista, é pouco provável que o partido de Bolsonaro atenda ao pedido de Alexandre de Moraes, visto que a legenda foi a que conseguiu eleger a maior bancada da Câmara dos Deputados. Nesse sentido, existe a avaliação de que questionar o primeiro turno seria uma espécie de “tiro no pé” – Alexandre de Moraes afirmou que, caso o PL não cumpra a ordem, a ação será arquivada.
O arquivamento seria algo bom para o PT, visto que a legenda não terá o trabalho de se manifestar nos autos. De acordo com Valdo Cruz, aliados do presidente avaliam que, apesar de não ter fôlego jurídico, o processo faz voltar à tona movimentos considerados golpistas por todo o país.
Nas últimas semanas, conforme um relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR), tem-se constatado que grupos extremistas de direita têm aumentado em quantidade e a postura deles tem sido mais incisiva. Hoje, existe até mesmo um temor quanto à posse de Lula, marcada para o dia primeiro de janeiro.
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