Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffman afirmou nesta segunda-feira (20) que a sigla não irá apoiar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a Petrobras. De acordo com a parlamentar, em entrevista ao canal “CNN Brasil”, a oposição está atenta aos últimos episódios na relação entre a Petrobras e o governo federal e enxerga que a intenção de se criar uma CPI é instaurar uma “cortina de fumaça”.
Segundo ela, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que no sábado (18) afirmou que deputados aliados devem pedir a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a atual gestão da Petrobras depois que a estatal anunciar um novo reajuste nos preços dos combustíveis, quer viabilizar a privatização da estatal.
Ao comentar sobre a política de preços da empresa, a deputada diz que o governo não a muda porque não quer. Isso porque, segundo a parlamentar, “a política de preços é uma política de governo”. “Faz uma assembleia e reverte”, disse ela sobre o assunto – desde 2016, a Petrobras se baseia no preço do petróleo para precificar o combustível no Brasil e é isso, segundo especialistas, que encarece o preço do produto.
“Bolsonaro faz todo esse barulho porque quer um discurso para o governo e também criminalizar, expor a empresa, para depois facilitar a sua privatização”, disse ela ao comentar sobre as falas de Bolsonaro, que se declarou favorável à criação de uma CPI após os aumentos dos combustíveis promovido pela empresa, que reajustou 5,18% a gasolina e em 14,26% o diesel.
Ainda na entrevista, além de dizer que espera que a CPI não vá para frente, a presidente do PT disse que a criação da comissão também tem como foco tentar afastar o governo da crise, tudo isso para “não admitir que a gestão tem falhado na administração da estatal” brasileira.
De acordo com a “CNN Brasil”, a informação é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve utilizar os últimos acontecimentos na Petrobras para bater na tecla que o governo de Bolsonaro não está tendo competência, força e estrutura para lidar com um problema que ele mesmo criou.
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