Aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizaram a possibilidade de apoio formal a Arthur Lira (PP), que no próximo ano tenta ser reeleito como presidente da Câmara dos Deputados. De acordo com informações do portal “CNN Brasil”, o apoio seria uma forma de encontrar aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição.
Segundo o canal, interlocutores do Partido dos Trabalhadores (PT) revelam que a ideia é formar um bloco junto com legendas que, atualmente, apoiam o presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Em troca, Arthur Lira iria ajudar o governo eleito a aprovar a PEC que visa colocar o Auxílio Brasil fora do teto de gastos.
Hoje, a possível união é vista como um embrião do que, no futuro, pode ser a base do governo Lula. Nesta quarta-feira (23), o Republicanos, um dos partidos que hoje apoia Bolsonaro, informou que não fará oposição a Lula e que também apoiará a reeleição de Arthur Lira. De acordo com a “CNN Brasil”, o anúncio pode ser o começo de um movimento que terminará com a legenda fazendo parte da base aliada do petista.
Outras siglas como PSD, União Brasil e MDB, que são de centro, mas não integram a base de Bolsonaro durante o governo do presidente, foram mais incisivas e, nos últimos dias, anunciaram que estão conversando com a futura gestão de Lula e, assim como o Republicanos, devem apoiar Arthur Lira no próximo ano.
Conforme o canal, existem dois fatores que hoje podem travar essa negociação. Um é que os partidos têm cobrado um posicionamento mais claro do governo eleito sobre a montagem do governo. O outro é que o Congresso quer evitar que o texto da PEC dê uma licença ao governo para que seja possível gastar durante os próximos quatro anos. Isso porque, na visão desses partidos, a licença de gasto eliminaria o poder de barganha dos parlamentares diante do Palácio do Planalto.