O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar nesta semana o apoio a Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados. A informação foi revelada nesta segunda-feira (28) por José Guimarães, deputado federal e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, ele relatou que o anúncio oficial do apoio depende ainda de um processo de diálogo entre o PT e parlamentares aliados e também da apresentação da versão do Senado para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição.
Assim como já explicou o Brasil123, a aprovação do texto que libera verbas extras para programas sociais no governo Lula é prioridade da equipe do petista, que visa cumprir com promessas feitas durante a campanha eleitoral.
“Começamos a dialogar com Arthur Lira sobre nossa participação na reeleição dele, tendo em vista os interesses do governo Lula. Nesta semana podemos fechar essa construção e, evidentemente, anunciar a posição oficial do PT”, afirmou o senador.
De acordo com ele, o PT tem um “rito” e “ninguém pode atropelar o mecanismo de decisão” da legenda. “Fizemos vários debates com a bancada e, então, quarta-feira, pretendemos concluir essa etapa, ou seja, nos lançarmos na perspectiva de uma composição com o atual presidente [da Câmara], garantindo a voz do PT, dos partidos da federação e do novo governo”, explicou ele.
Recentemente, o Brasil123 publicou que o pedido para o PT apoiar Arthur Lira, que apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, foi feito por Lula, que solicitou que a legenda não indicasse um nome próprio para disputar a presidência da Casa.
Na avaliação de Lula, deve-se evitar o que aconteceu em 2015 no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, o PT decidiu brigar com o então presidente da Câmara Eduardo Cunha e indicar um nome próprio para a chefia da Câmara.
Além de perder o braço de ferro, o Partido dos Trabalhadores acabou vendo o presidente da Casa aceitando pedido de impeachment de Dilma, que acabou sendo cassada no ano seguinte, dando lugar a Michel Temer (MDB) na presidência da República.
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